Cotidiano

Paulo Roberto Costa diz não ter dinheiro para ir à audiência em Curitiba

SÃO PAULO – O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ao juiz Sérgio Moro não ter dinheiro para comparecer a uma audiência da operação Lava-Jato no dia 9 de março, às 14h, em Curitiba. Em petição à Justiça nesta quarta-feira, a defesa do ex-diretor pediu que o depoimento seja feito por meio de vídeoconferência em razão de ?graves dificuldades financeiras? de Costa. Ele recebeu intimação da Justiça para uma oitiva como testemunha de acusação em processo da operação Calicute contra o ex-governador Sérgio Cabral, sua mulher Adriana Ancelmo e mais 11 pessoas respondem por corrupção e lavagem de dinheiro.

?Ocorre que o comparecimento geraria grande dispêndio em virtude dos altos valores das passagens aéreas, não tendo hoje condições de arcar com essas dispesas, em virtude da grave dificuldade econômica em que toda família se encontra, somando ainda o fato, de suas contas bancárias ainda encontrarem-se bloqueadas?, informa a petição da defesa de Costa assinada pelos advogados João Mestieri e Fernanda Pereira.

Após firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Costa devolveu cerca de 79 milhões que estavam em contas no exterior para a Petrobras, assim como carros e lancha. Moro ainda não se pronunciou sobre o pedido de Costa.

Ex-diretor da Petrobras, Costa foi condenado por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele revelou como funcionava o esquema de corrupção da Petrobras e o modo como empreiteiras pagavam propina a partidos políticos e agentes públicos em troca de contratos com a estatal.

No total, Costa passou cerca de cinco meses presos. O acordo de delação foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal no dia 30 de setembro de 2014 e ele foi libertado no dia seguinte, quando passou a cumprir prisão domiciliar por um ano, com tornozeleira eletrônica.

Em outubro do ano passado, Costa progrediu para o regime semiaberto, ainda com uso de tornozeleira e obrigatoriedade de permanecer em casa à noite e nos fins de semana. Desde então, já podia trabalhar e viajar, desde que autorizado pela Justiça.

O acordo previa que ele poderia permanecer até dois anos nesta condição. Porém, ficou apenas um, já que foi considerada a efetividade do acordo. Ou seja, as informações prestadas por Costa foram essenciais para o desenrolar da Lava-Jato.