Cotidiano

Passagens do transporte coletivo não terão redução, apesar da queda no valor do diesel 

O acordo do governo federal para garantir o desconto de R$ 0,46 no litro do óleo diesel e atender a uma das reivindicações dos caminhoneiros deverá surtir efeito nas bombas nos próximos dias. 

Em Cascavel o reajuste ainda não é observado, mas o Sindicombustíveis-PR  garante que empresários deverão aplicá-lo. “Acreditamos que os postos de cidade vão fazer a redução de imediato, mesmo não tendo comprado com o preço reduzido”, afirma o vice-presidente do Sindicombustíveis-PR, Roberto Pellizzetti. 

Apesar da redução no valor do combustível, não é possível prever uma diminuição imediata no valor da passagem do transporte coletivo embora as empresas responsáveis pelo serviço consigam economia com o custo para o abastecimento da frota na cidade. 

O presidente da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) de Cascavel, Alsir Pelissaro, esclarece que a política para a negociação do custo da passagem, que hoje é de R$ 3,65, ocorre anualmente. 

“A tabela com todos os custos com insumos, incluindo o diesel, é apresentada no mês de dezembro e com base em uma média dos gastos o valor do transporte é definido para o ano seguinte”, afirma Pelissaro ao pontuar que o diesel esteve entre os itens com maior reajuste no ano passado, ao se considerar o aumento de 6,6% nesse combustível. 

Por dia os ônibus do transporte público percorrem cerca de 32 mil quilômetros e para isso são necessários aproximadamente 15 mil litros de óleo diesel. Com as duas medidas provisórias editadas para a redução desse combustível, caso o reajuste fosse aplicado integralmente pelas empresas haveria uma economia de R$ 6.900. 

A possível economia no valor das passagens irá depender de negociações somente no fim deste ano. “O que a gente espera é que o acordo com o governo possa contribuir, mas isso também dependerá de outros fatores que têm relação com o transporte, como pneus que variam conforme o valor do petróleo e ainda o pagamento dos funcionários dos serviços”, justifica. 

Redução 

As medidas provisórias editadas pelo governo atuam em duas frentes: uma reduz impostos cobrados em cima do diesel, gerando uma redução de R$ 0,16 por litro no combustível. Em outra ponta está a criação de um novo programa de subvenção, o que vai garantir os outros R$ 0,30 de diminuição no valor do produto. A atual política de preços da Petrobras não vai mudar, apesar da redução bancada pelo Governo do Brasil. Os reajustes do diesel terão um intervalo de 30 dias, mas a empresa terá liberdade para adequar essa redução nos seus preços. Ou seja, a autonomia operacional da estatal brasileira está garantida.

O Ministério de Minas e Energia destaca a possibilidade de punições àqueles que não repassarem o desconto: multas de até R$ 9,4 milhões, suspensão temporária das atividades, interdição dos estabelecimentos e até mesmo cassação da licença. Dessa forma, os Procons estaduais farão fiscalizações e caso o consumidor verifique que não há desconto, poderá fazer a denúncia ao órgão. 

Questionamentos

O vereador Fernando Hallberg solicitará na sessão de segunda-feira (4) na Câmara, informações sobre a redução do valor da passagem do transporte coletivo pela baixa do preço do diesel. 
“Se não reduzirem agora vamos ter que ver na próxima revisão da planilha, mas é importante já questionarmos isso, pois de uma forma ou de outra a população terá que ter esse desconto”, ressalta.