Cotidiano

Partido anti-imigração alemão pede fim do direito fundamental de asilo

BERLIM – A líder da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido alemão de extrema-direita e anti-imigração, pediu que o direito a asilo previsto pela Constituição do país seja substituído por um direito não vinculativo. Mais de um milhão de imigrantes, muitos deles muçulmanos do Oriente Médio, chegaram à Alemanha desde o início de 2015, e os temores sobre segurança e dificuldades na integração dos recém-chegados aumentaram a popularidade do AfD. A Alemanha realizará suas próximas eleições gerais em setembro, e o partido espera conseguir romper a barreira de 5% dos votos para se qualificar a disputar assentos. TRUMP / MIGRA

? Somos a favor de que a lei de asilo estabelecida no Artigo 16a seja mudada. Pensamos que ela deveria ser transformada em um privilégio concedido pelo Estado ? disse Frauke Petry, co-líder do AfD, em entrevista ao semanário “Die Zeit”.

Petry defendeu que refugiados de guerra precisam ser ajudados, mas que muitos que afirmam ser refugiados hoje não o são.

? Aqueles que escreveram a Constituição estavam falando de um número muito pequeno de pessoas para as quais a Alemanha do Pós-Guerra deveria assumir um sentido de responsabilidade ? disse Petry em referência às atrocidades da Segunda Guerra. ? Não há definitivamente nenhuma obrigação para a Alemanha abrigar o dobro de solicitantes de asilo que todos os outros países da União Europeia juntos.

O direito de asilo político previsto na Constituição da Alemanha é considerado fundamental e não pode ser abolido. A chanceler Angela Merkel disse que o direito para aqueles que estão sendo perseguidos por razões políticas não pode ser restringido ? mas seus aliados de partido sugeriram neste mês flexibilizar a recepção de imigrantes em fuga.

Petry causou indignação no ano passado ao sugerir que a polícia tenha poderes para usar armas de fogo contra imigrantes ilegais.

Uma pesquisa para a revista alemã “Stern” divulgou na quarta-feira que o AfD tem 12% das intenções de votos, um ponto acima da semana passada, apesar de um escândalo provocado pela referência de um líder regional ao Memorial do Holocausto como “monumento da vergonha”.

O AfD deve conseguir romper o limite mínimo de 5% para entrar no Parlamento, nas eleições federais de 24 de setembro.