Cotidiano

Parlamento libanês elege ex-chefe do Exército como novo presidente

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BEIRUTE ? O Parlamento libanês elegeu nesta segunda-feira o ex-chefe do Exército Michel Aoun como seu novo presidente. Aos 81 anos, ele obteve a maioria simples dos votos após uma sessão longa e caótica. A designação colocou fim a 29 meses de vácuo institucional, em que o cargo mais alto do país ficou desocupado. Após a escolha de Aoun, fogos de artifício foram ouvidos pela capital Beirute.

Depois de uma série de rodadas, a votação final teve 83 votos em favor de Aoun, 36 em branco e oito nulos, segundo anunciou o presidente da Câmara de Deputados, Nabih Berri. Havia 127 legisladores presentes no total e, para vencer, era necessário conquistar 65 votos.

Em seu discurso nesta segunda-feira, Aoun prometeu combater o terrorismo e os conflitos regionais que se espalham pelo país. E também disse que qualquer solução para a guerra civil na Síria deve garantir a volta dos refugiados sírios que hoje vivem no Líbano ao seu país de origem. Autoridades estimam que 1,5 milhão de pessoas tenham fugido dos confrontos no país vizinho para se refugiar no território libanês.

Muitos consideram a eleição de Aoun uma clara vitória para o eixo pró-Irã no Oriente Médio. A escolha deverá fortalecer o movimento xiita libanês Hezbollah e o presidente sírio, Bashar al-Assad. Além disso, espera-se que o líder sunita Saad al-Hariri seja designado ao cargo de primeiro-ministro pelos parlamentares, que deverão ser convocados por Aoun ainda nesta semana para expressar suas preferências para o cargo.

A decisão de Hariri de apoiar Aoun marcou um grande acordo político em um período de vácuo institucional. O panorama reflete o papel reduzido da Arábia Saudita no Líbano e a influência decisiva do Hezbollah no país. O governo saudita apoiou Hariri e seus aliados durante anos de luta política com o grupo xiita.

Segundo analistas, a posição de primeiro-ministro deverá ajudar Hariri a fortalecer sua base de apoio antes das eleições parlamentares marcadas para o ano que vem. Ele já ocupou o mesmo cargo entre 2009 e 2011.