Cotidiano

Parlamento do Iraque aprova banimento total do álcool

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BAGDÁ – Em meio à massiva operação militar para a retormada da cidade de Mosul do domínio do Estado Islâmico, o parlamento do Iraque aprovou, no sábado, uma lei que proíbe a importação, a produção e a venda de bebidas alcoólicas. A multa para quem viola a nova regra é de 25 milhões de dinars iraquianos, algo como US$ 21 mil.

O islamismo proíbe o consumo de álcool, mas as bebidas sempre estiveram presentes nas grandes cidades iraquianas, principalmente em lojas com proprietários cristãos. Outros países com maioria muçulmana têm leis restringindo o álcool, mas somente algumas, como a Arábia Saudita e o Kuwait, restringem-no totalmente.

O parlamento iraquiano é dominado por partidos xiitas. A lei foi proposta por Mahmoud al-Hassan, um juíz que faz parte do bloco majoritário no Congresso. Ele argumenta que a nova regra protege o artigo 2 da Constituição, que proibe que a legislação vá contra o Islã.

? A Constituição preserva a democracia e os direitos de grupos não-muçulmanos, mas estes direitos não podem violar a religião do Islã. O voto de alguns parlamentares foi motivado pela religião, mas muitos outros votaram para evitar qualquer fato anticonstitucional ? defendeu al-Hassan.

Para o parlamentar cristão Joseph Slaiwa, porém, a nova lei é justamente inconstitucional, razão pela qual ele afirmou que irá recorrer, com outros colegas, à Suprema Corte do país.

? O banimento é inconstitucional, uma vez que a Constitução reconhece os direitos das minorias não-muçulmanas e de grupos étnicos que vivem próximos aos islâmicos no Iraque. Aos parlamentares muçulmanos, eu digo: tome conta da sua religião e deixe a nossa para nós mesmos, nós sabemos como lidar com ela ? afirmou Slaiwa.

Em Mosul, território sob operação militar neste momento, o Estado Islâmico proíbe brutalmente o uso de álcool, cigarros e outras drogas.