Cotidiano

Paris inaugura centro para refugiados como alternativa a acampamentos

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PARIS ? O primeiro centro humanitário para migrantes e refugiados em Paris foi inaugurado nesta quinta-feira. O local, que será administrado pela associação humanitária Emmaüs e tem capacidade para receber até 400 pessoas, inicialmente será destinado somente a homens e acolherá, por dia, de 50 a 80 pessoas. Esta é a média de imigrantes que chegam diariamente à capital francesa.

Refugiados – 10.11

No centro, instalado em uma antiga estação ferroviária ao norte de Paris, serão oferecidos exames médicos, auxílio psicológico e assistência jurídica, além de informações sobre procedimentos necessários para se obter asilo na França. De acordo com a Emmaüs, a ideia era criar um local onde ?cada migrante poderá ser recebido de forma digna e humana?.

A construção de um centro para refugiados se insere no conjunto de medidas adotadas pelo governo francês para evitar a formação de acampamentos nas ruas. Cada pessoa poderá ficar no centro de cinco a 10 dias.

? Também vamos propor uma ajuda de retorno voluntário aos seus países de origem ? afirmou o diretor do Escritório Francês de Imigração e Orientação (OFII), Didier Leschi.

ESTABELECIMENTO PARA MULHERES EM 2017

O projeto do centro custou 16,4 milhões de euros (cerca de R$ 59 milhões na cotação atual), considerando o investimento em construção e os gastos operacionais. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, declarou que a iniciativa é ?uma alternativa digna? para que os imigrantes não permaneçam nas ruas. Na última semana, o governo francês desmantelou um acampamento improvisado que acomodava 3.800 pessoas na capital.

O governo francês deve inaugurar ainda um segundo estalebecimento, destinado a mulheres com filhos. Este centro para refugiadas, construído na periferia a sudeste da capital, tem previsão de inauguração para o início do próximo ano.

A França recebeu, em 2015, 80 mil pedidos de asilo de estrangeiros. Neste ano, a projeção é que o número de pedidos destinados ao país chegue a 100 mil. O aumento é reflexo da onda de imigrações destinadas à Europa, que começou em 2014 e já ultrapassa 1,5 milhão de pessoas. A maioria delas vem de países da África e do Oriente Médio afetados por guerras, principalmente ligadas à atuação do Estado Islâmico, ou pela fome.