Cotidiano

Parceria da Petrobras para área de refino vai incluir ativos de logística

2016 920263772-INFOCHPDPICT000058459868_20160630.jpgRIO – O modelo de parceria entre Petrobras e iniciativa privada na área de refino vai incluir ativos de logística, como dutos e terminais usados para escoar combustíveis, informou o diretor de Refino e Gás da estatal, Jorge Celestino. Segundo ele, essa é uma das formas que vem sendo avaliadas pela Petrobras para tornar o negócio mais atraente. Os estudos sobre o novo modelo ainda estão em andamento e devem ser apresentados ao Conselho de Administração da companhia até o fim do ano.

? Vamos reunir os ativos de logística e refino em uma mesma empresa, para que isso faça sentido econômico para o sócio. Não está nada aprovado ainda (pelo conselho) ? disse Celestino, após apresentação sobre o mercado de refino na Rio Oil & Gas, evento da indústria do petróleo que ocorre no Riocentro.

Segundo Celestino, a ideia é que a infraestrutura logística e fatias das unidades de refino sejam reunidas em uma única empresa e a Petrobras tentará atrair sócio privado para esta empresa. A operação dos dutos e terminais caberá a uma terceira companhia ? que pode estar sob o comando da Petrobras ou não ?, pois a legislação não permite que uma mesma empresa seja dona do refino e da infraestrutura logística.

Hoje, a Petrobras monopoliza o refino, embora a legislação permita a participação da iniciativa privada. A estatal também controla os dutos e terminais no país usados para transportar gasolina, diesel e outros derivados produzidos nas refinarias até os mercados consumidores. Uma das principais críticas da iniciativa privada é justamente a falta de acesso à infraestrutura de escoamento.

? O modelo que estamos avaliando vai ter acesso a mercado e volume (de refino) ? afirmou o diretor da Petrobras. ? Não podemos ter uma empresa que tem 100% do downstream (refino e logística de escoamento).

De acordo com ele, não está definido se a empresa a ser criada reunirá uma participação de uma refinaria e os ativos de logística usados por ela ou se reunirá participações de mais refinarias e diversos dutos e terminais.

Ele reafirmou que, no horizonte do plano estratégico da empresa (até 2021), a Petrobras não cogita a construção de uma nova refinaria. No entanto, o diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Aurélio Amaral, defendeu a construção de mais duas refinarias até 2030, uma no Maranhão e uma no Centro-Oeste, onde está a maior demanda.

Ele prevê que o Brasil tenha que importar 1,1 milhão de barris por dia de derivados em 2030, para abastecer o mercado consumidor. Hoje, a importação líquida do país está em cerca de 200 mil barris diários.