Política

Paranhos quer ponte nova

Tende a terminar em ruínas a ponte construída no Ecopark, no Bairro Morumbi, que levou a exoneração de três secretários municipais: Juarez Berté (Meio Ambiente), Fernando Dillenburg (Instituto de Planejamento de Cascavel) e Jorge Lange (Obras).

Assinado há uma semana, o parecer do prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) só veio a público ontem exigindo que seja mantido o serviço conforme contrato para as obras pagas com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que integram o PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado). Ou seja, a ponte terá que ser destruída. Ainda não foram divulgados pela Prefeitura prazos à construtora e nem se ela realmente vai acatar a decisão.

A empresa teria – por conta própria – feito a ponte de concreto e não de tubos metálicos, como estipula o projeto inicial. A crise entre secretários foi ocasionada por uma suposta autorização verbal à empresa, desmentida por técnicos que acompanham o PDI. Em depoimento recente à Comissão de Viação e Obras Públicas, os servidores alegaram que o pedido de substituição de material chegou a ser avaliado, mas não houve liberação a Contersolo. Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) chegou a ser cogitada, mas em vez disso, um relatório será encaminhado ao Ministério Público.

Investigação interna

Embora tenha nomeado uma comissão interna para apurar o caso, Paranhos antecipou a decisão. Em nota, a Secretaria de Comunicação diz que “a decisão tomada pelo prefeito Paranhos no último dia 22 de março é apenas a ratificação da determinação que já havia sido feita à empresa Contersolo em novembro do ano passado, para que mantivesse o material previsto no projeto originalmente licitado”.

Pagamento

A Contersolo havia entrado com pedido judicial pelo pagamento do serviço feito até o momento. A Justiça cobrou do Município uma providência imediata, por isso, “o chefe do Poder Executivo confirmou a decisão já tomada: a empresa deve manter o material constante do projeto licitado, já que não houve por parte da gestão nenhuma autorização em contrário”.

Em fevereiro, em resposta a um pedido de tutela de urgência impetrado pela Contersolo, a Justiça havia argumentado que era legal a troca de material da ponte. O Município havia notificado a empresa ano passado para que fosse respeitado o projeto original, caso contrário seria multada. A reportagem do Hoje News tentou contato com a empresa responsável, falou com o engenheiro civil. Ele informou apenas que “a empresa está orientada a não falar com a imprensa”.