Saúde

Paraná tem 51 mil testes de covid-19 que vencerão até o fim do ano

Além dos 6,8 milhões de testes PT-PCR que estão nos depósitos do Ministério da Saúde prestes a vencer, no Paraná há 51 mil deles que vencem até o fim deste ano

Paraná tem 51 mil testes de covid-19 que vencerão até o fim do ano

Curitiba – O acúmulo de testes de covid-19 prestes a vencer não é exclusividade do Ministério da Saúde. No Paraná, o Lacen (Laboratório Central do Estado) tem 51 mil testes PT-PCR cujo vencimento é até o fim de dezembro de 2020; outros 30 mil com vencimento para 2022. As informações são da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde).

A Sesa informou ainda que um dos pontos fortes da estratégia de enfrentamento da covid-19 no Paraná é capacidade ampla para a testagem e que o Estado tem possibilidade de processamento para mais de 5 mil amostras por dia, com previsão de ampliação.

Questionada sobre a possibilidade de não serem usados até a data de vencimento, a secretaria informou que “não há um número ideal, tendo em vista que o cenário é dinâmico e não há como prever quantas pessoas serão infectadas, ou suspeitas de infecção, que precisarão realizar exames para diagnóstico”. E que, além do Lacen e do IBMP (Instituto de Biologia Molecular do Paraná), existem outros 24 laboratórios habilitados a realizar o teste de RT-PCR para o novo coronavírus.

 

Não houve falta

A Secretaria de Saúde garante que o Paraná não teve, em momento algum, falta de kits. A última solicitação de kits que o Lacen fez foi em outubro e os insumos já chegaram ao laboratório. O IBMP faz parte da rede de centrais da Fiocruz, possui um acompanhamento semanal e recebe kits de acordo com a demanda prevista. Não há risco de falta de testes.

Na nota, a Sesa ressaltou que Paraná é um dos estados que mais testam no Brasil. O número de exames realizados no Estado até a última terça-feira (24) era de 1.009.032 testes.

 

Evolução da testagem

A Sesa lembrou ainda que, no período inicial da pandemia, a vigilância epidemiológica foi fortalecida com o aumento da capacidade de processamento dos testes pelo Lacen, que iniciou a pandemia com a capacidade operacional de 120 testes ao dia, passando para mais de 600. O que foi possível devido à contratação de profissionais por meio de convênio com a Fundação Araucária e a Opas e a reorganização das escalas de trabalho dos servidores lotados no Laboratório.

A parceria firmada com o IBMP fortaleceu a estrutura para testagens no Paraná. A instituição ligada à Fiocruz desenvolve pesquisa e tecnologias para solucionar desafios na área da saúde e já realizou mais de 700 mil testes pelo método RT-PCR para identificar o novo coronarívus no Estado.

TCU cobra do Ministério da Saúde explicações sobre testes encalhados

Brasília – O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Benjamin Zymler cobrou explicações do Ministério da Saúde sobre os cerca de 7 milhões de exames RT-PCR que estão encalhados em armazém do governo federal e vencem em dezembro e janeiro. Durante sessão do tribunal nessa quarta-feira (25), Zymler disse que o ministério deve adotar “posição centralizada de liderança para coordenar a atuação em todo o Brasil”, em vez de alegar que envia insumos, como testes, apenas quando há pedidos de estados e municípios.

O questionamento foi encaminhado na segunda-feira (23) à Saúde. A pasta terá até cinco dias para responder sobre o estoque de testes RT-PCR, além de apresentar contratos de compra desses insumos e explicar por quais motivos os exames não foram distribuídos. O ministro também questiona o que a pasta fará para evitar o descarte dos testes.

Relator de processos sobre a ação da Saúde durante a pandemia, Zymler disse que a ideia é “evitar a ocorrência de desperdício de recurso público”, caso os testes expirem.

A informação divulgada pelo Estadão domingo foi de que 7,1 milhões de exames chamados “padrão ouro” estão em um armazém do ministério, ou seja, não foram enviados ao SUS em plena pandemia. Do total estocado, 96% (cerca de 6,86 milhões de unidades) estão próximos de perder a validade.

Prorrogação

O ministério tenta prorrogar a validade dos exames, o que depende de aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A fabricante do produto entregou ontem estudos à Saúde indicando que o produto pode ser usado por mais quatro meses.

Em reunião nessa quarta, os membros do TCU criticaram a atuação do ministério na pandemia. O ministro Bruno Dantas disse que é um “crime de lesa-pátria” o encalhe e possível descarte dos exames. “Trata-se de menosprezo com a saúde da população. Não estou atribuindo responsabilidades ainda, mas chegará o momento de fazê-lo”, disse Dantas.

O Ministério Público junto ao TCU pediu uma investigação sobre os testes parados. A representação foi assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado. Ele aponta “inépcia” do governo federal em relação ao planejamento e à logística de distribuição para a rede pública de saúde.

Os testes

Considerado “padrão ouro”, o RT-PCR é um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19, além de ser arma poderosa para o controle da pandemia por ajudar a localizar e isolar infectados e seus contatos próximos. A coleta é feita por meio de um cotonete inserido na região nasal e faríngea (a região da garganta, logo atrás do nariz e da boca) do paciente.

Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400.