Cotidiano

Paraná: Construção dribla pandemia e abre 1.489 empregos em maio

Na indústria, as demissões caíram pela metade

Construção civil
Construção civil

Curitiba – O ritmo das demissões diminuiu em maio no Paraná, revelaram os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pela Secretaria do Trabalho, ligada ao Ministério da Economia. Na indústria, as demissões caíram pela metade, embora o saldo ainda tenha sido negativo, com fechamento de 7 mil vagas no mês. Em abril, o saldo ficou em -14.688 vagas.

A boa notícia vem dos canteiros de obras. A indústria da construção civil do Paraná teve bom desempenho em maio, criando 1.489 empregos. No acumulado do ano, tem saldo positivo, com 5.606.

Outro setor que tem driblado os efeitos da pandemia do novo coronavírus é o agronegócio, que, no ano, acumula 2.670 novas contratações.

Já a indústria de transformação registra saldo negativo em cerca de 8.300 vagas de emprego, de janeiro a maio. Os mais afetados pela pandemia no Estado, o comércio acumula saldo de -25 mil, e o setor de serviços, de -22 mil.

Só em maio o comércio extinguiu 6,6 mil postos de trabalho e, serviços, outros 11,3 mil. O agronegócio também registrou saldo negativo, com 341 vagas a menos no mês.

“O mercado de trabalho ainda sofre os impactos das medidas de isolamento em função da crise do novo coronavírus. Mas já percebemos uma melhora. O ritmo de demissões perdeu força em maio em relação ao mês anterior”, aponta o economista Evânio Felippe, da Fiep (Federação da Indústria do Estado do Paraná).

“Isso mostra que, com a flexibilização do isolamento e a retomada das atividades em alguns setores, no fim de maio, a empregabilidade aumentou. Porém, a recuperação do emprego daqui para frente vai depender das próximas ações do governo para conter a crise sanitária no Paraná”.

Reação desigual

O economista avalia ainda que o resultado pode ser diferente dentro do Estado. “Pode haver uma variação nas contratações e demissões dependendo da região paranaense. Onde houver reabertura gradual poderão ser ofertadas novas vagas. Já em cidades em que houver maior rigidez nas atividades, para controlar a contaminação, o desemprego será maior”.

“Boa parte das empresas recorreu às medidas emergenciais para manutenção de empregos, como a suspensão de contratos ou redução de jornada de trabalho e salários, o que ajudou a amenizar as demissões”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “Mesmo assim, diversos setores industriais ainda enfrentam sérias dificuldades pela forte queda na demanda. Para que tenham fôlego e evitem novas demissões, é fundamental que as empresas tenham acesso efetivo a outras medidas, principalmente na área de crédito”.

Contando todos os setores da economia, em maio, o Paraná fechou 23.856 postos de trabalho. No acumulado de janeiro a maio, o saldo é de -47.696 vagas. Mesmo assim, o resultado é melhor se comparado aos demais estados do Sul, que tiveram redução maior. Santa Catarina acumula quase 55 mil vagas extintas no ano. E, Rio Grande do Sul, 86,6 mil. No Brasil, o saldo de maio foi de quase 332 mil postos de trabalho fechados. De janeiro a maio, o País já acumula 1,14 milhões de vagas perdidas.

Desempenho por setor da indústria

Na indústria de transformação do Paraná, foram fechados 6.852 postos de trabalho em maio. Os setores mais prejudicados foram automotivo (-1.841 vagas); artigos do vestuário e acessórios (-1.520); e moveleiro (-636).

Já o segmento alimentício registrou saldo positivo, com 284 novas contratações, assim como fabricação de produtos do fumo (226).

De janeiro a maio, a indústria de transformação acumula saldo de -8.333 vagas. O setor do vestuário registra maior perda acumulada no período, -3.460 postos excluídos. Seguido pela fabricação de móveis (-2.119); e automotivo (-1.604). Já alimentos, com 3.272 novas contratações, fumo, com 1.276, fabricação de derivados do petróleo, 299, e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, 185, tiveram desempenho positivo.