Cotidiano

Paraná começa vacinação contra a dengue

Pessoas de 30 municípios do Estado vão participar dessa primeira etapa da campanha

São Miguel – A campanha de vacinação contra a dengue começa neste sábado em 30 municípios paranaenses selecionados, que têm maior risco para a dengue e que vêm enfrentando sérias epidemias e mortes pela doença. As cidades definiram as unidades de saúde que vão aplicar a vacina e os horários. A imunização segue até 3 de setembro.

Hoje, no Dia D da campanha de vacinação, a expectativa é que milhares de pessoas recebam as doses. Ela será aplicada gratuitamente em moradores de 30 municípios paranaenses que, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, têm maior risco para a dengue devido ao elevado número de casos que registraram principalmente nos últimos meses.

Em 28 deles, a população vacinada abrange pessoas entre 15 e 27 anos de idade, faixa etária que concentra 30% do total de casos de dengue no Estado.

Três doses

São três doses, com intervalo de seis meses para as aplicações. A primeira em agosto de 2016, a segunda em fevereiro de 2017 e a terceira em agosto de 2017. A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica a aplicação da vacina contra a dengue em municípios endêmicos, onde há circulação da doença. Os 30 municípios escolhidos concentram 80% dos casos registrados no Paraná, 93% dos casos graves e 82% das mortes por dengue – 50 dos 61 óbitos por dengue em 2016.

A vacinação será realizada nas Unidades de Saúde dos municípios que fazem parte da campanha. Cada cidade define em quais Unidades de Saúde a vacina estará disponível e em quais horários. Para receber a vacina é necessário apresentar documento de identificação e comprovante de residência. Para facilitar o atendimento nesses locais, as pessoas podem fazer seu pré-cadastro pela internet –vacinadengue.saude.pr.gov.br  A vacina é indicada somente para a prevenção da dengue causada pelos sorotipos 1, 2, 3 e 4.

Não devem tomar a vacina gestantes, mulheres que amamentam, pessoas com baixa imunidade congênita ou adquirida, pessoas em tratamento com antibióticos e corticóides em dosagens elevadas e prolongadas, pessoas em tratamento de radioterapia e quimioterapia, pessoas em estado febril. Em geral, a vacina é bem tolerada pelo organismo. O efeito colateral mais comum é a dor, calor e inchaço no local da injeção, aplicada por via subcutânea na região superior do braço. Algumas pessoas também podem apresentar febre e dor de cabeça. 

Desde que foram iniciados os estudos sobre a efetividade da vacina, há seis anos, ela tem demonstrado proteção duradoura. Com a incorporação da vacina em municípios epidêmicos, será possível diminuir a circulação do vírus e proteger indiretamente também as pessoas que não foram imunizadas. Porém, a vacinação não substitui os cuidados necessários para o controle do mosquito Aedes aegypti. Todos devem continuar eliminando recipientes que acumulam água para evitar a infestação pelo mosquito transmissor de várias doenças.

A vacina é eficaz?

A vacina é segura e eficaz, passou por 20 anos de pesquisas e estudos que demonstraram proteção de 93% contra a dengue grave e redução de 80% das internações pela doença. A dose protege contra os quatro tipos de dengue que circulam no País e, em média, garante proteção acima de 66% às pessoas vacinadas. Durante os 20 anos de estudos de produção da vacina não foi registrado agravamento da doença nas mais de 29 mil pessoas vacinadas. No Brasil, a vacina é apenas para pessoas na faixa etária entre 9 e 45 anos.

Municípios contemplados nesta fase

Paranaguá, Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Boa Vista da Aparecida, Tapira, Santa Izabel do Ivaí, Cruzeiro do Sul, Santa Fé,Munhoz de Melo, Marialva, Paiçandu, São Jorge do Ivaí, Maringá, Mandaguari, Sarandi, Iguaraçu, Ibiporã, Jataizinho, Porecatu, Assaí, Bela Vista do Paraíso, Cambé, Londrina, Sertanópolis, Leópolis, São Sebastião da Amoreira, Itambaracá, Cambará e Maripá.