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Paralimpíada a perigo

BRASÍLIA ? O governo federal tem receio que a Paralimpída sofra um baque por falta de verba. A decisão da Justiça Federal do Rio, da última sexta-feira, que proíbe repasses da União e da prefeitura para o Comitê Rio 2016, intensificou as conversas do Planalto para que as estatais injetem recursos no evento, por meio de cotas de patrocínio. A União também teme ter a imagem arranhada na área social, já que os Jogos Parolímpicos são associados à superação dos atletas e ao respeito a pessoas portadoras de deficiência física.

Auxiliares do presidente interino Michel Temer avaliam que a Olimpíada do Rio não corre risco financeiro. A cerimônia de encerramento, por exemplo, tem valores bem mais modestos que os da festa de abertura. Entretanto, a Paralimpíada, que começa em 7 de setembro, pode estar ameaçada por falta de recurso.

? A Paralimpíada tem risco de não ser realizada. Isso se não tiver verba de empresas estatais e privadas. É um risco que o governo não quer correr ? diz um assessor do presidente interino. ? O governo está incentivando uma conversa das estatais para viabilizar esses patrocínios. Do cofre do governo federal, dos ministérios, não pode sair nada.

A juíza federal Marcia Maria Nunes de Barros determinou que a União e a prefeitura do Rio não repassassem verba para o comitê organizador até que o órgão dê “ampla” transparência dos gastos, tanto publicamente quanto ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com a lei, em caso de déficit nas contas do comitê, os governos estadual e municipal devem arcar com o prejuízo. O descumprimento das ordens poderá resultar em multa de R$ 100 mil. Cabe recurso contra a decisão.