Cotidiano

Para Temer, é ?natural? embate entre Congresso, juízes e investigadores da Lava-Jato

michel-temerSão Paulo – O presidente Michel Temer considerou nesta quinta-feira ser “natural” a queda de braço dos últimos dias entre o Congresso e investigadores da Lava-Jato. Em discurso a investidores em São Paulo, ele evitou ao máximo entrar no debate dos temas que colocam hoje em lados opostos parlamentares, magistrados e o Ministério Público. A única menção foi feita quando ele explicava que a confiança no país havia sofrido nova queda em novembro por causa de “incidentes políticos”.

? Reconheço que neste último mês a confiança caiu um pouco em face de incidentes políticos. A chamada anistia (do caixa 2) num dado momento e agora a responsabilidade de juízes e promotores (projeto em discussão sobre o abuso de autoridade) têm criado um natural embate em alguns setores e na própria opinião pública. Esses fatos todos criam certa instabilidade e os investidores põem o pé atrás ? afirmou ele.

Num retrospecto que fez aos investidores sobre o trabalho do governo nos últimos seis meses, Temer fez diversos elogios ao Congresso. Ele mencionou votações como a PEC do teto dos gastos públicos na Câmara e no Senado e o projeto de desvinculação das receitas da União. Mais uma vez Temer ignorou os episódios desta semana envolvendo a aprovação de uma versão desfigurada do pacote das 10 medidas de combate à corrupção, que levaram a forte reação popular, além de representantes da Justiça e do Ministério Público.

? Devo dizer que ganhamos apoio estupendo do Congresso Nacional. Projetos que estavam parados há meses foram imediatamente colocados na pauta ? disse Temer.

O presidente também destacou em tom elogioso a postura dos parlamentares de votar, sem alterações, a PEC do teto até agora.

? Mais uma vez eu revelo o apoio extraordinário que tivemos do Congresso. Não houve nenhuma modificação na emenda que o governo mandou para ser votada ? afirmou Temer.

Em meio a um clima político conflagrado no país entre partidos e instituições, o presidente disse que legislativo e executivo precisam prestar atenção à opinião pública e pediu pacificação.

? É preciso pacificar o país. Não podemos viver permanentemente em atrito entre várias correntes.