Saúde

Para reduzir mortes, vacinação de idosos começa semana que vem

A nova remessa de vacina que deve chegar ao Paraná até o próximo fim de semana será toda destinada à imunização de idosos

São Paulo - Vacinação contra covid-19 aos profissionais da saúde do Hospital das Clínicas, no Centro de Convenções Rebouças.
São Paulo - Vacinação contra covid-19 aos profissionais da saúde do Hospital das Clínicas, no Centro de Convenções Rebouças.

Cascavel – A nova remessa de vacina que deve chegar ao Paraná até o próximo fim de semana será toda destinada à imunização de idosos, já dentro da segunda fase do Plano Nacional de Imunização, etapa que também inclui presos e agentes carcerários.

Segundo a Sesa (Secretaria de Saúde do Paraná), o novo lote deve ser de 160 mil doses da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butantan. A quantidade é suficiente para imunizar 80 mil pessoas e será aplicada no público de mais de 80 anos, subgrupo prioritário na vacinação de idosos. “A chave para reduzir as mortes por covid-19 é a vacinação dos idosos. De cada quatro óbitos por coronavírus no Paraná, três são idosos”, enfatiza o secretário estadual de Saúde, Beto Preto.

O Estado, entretanto, vai precisar de muito mais doses para a segunda fase da campanha. Ao todo, o Paraná tem 1,8 milhão de habitantes com mais de 60 anos. Ou seja, só para a vacinação de idosos, são necessárias 3,6 milhões de doses. “Todos os dias estamos cobrando vacinas do Ministério da Saúde. Gostaria de ter 1 milhão de doses no nosso estoque, mas não há essa possibilidade”, lamenta Beto Preto.

 

Campanha lenta

Apesar do anseio geral pela vacina da covid-19, a vacinação segue a passos lentos no Estado e a distribuição da segunda dose do imunizante já começou sem que as primeiras tenham alcançado 70% do público estipulado.

O Paraná atingiu ontem – em 15 dias de vacinação – a marca de 163.106 pessoas vacinadas contra a covid-19, cerca de 68% das 238.871 doses distribuídas até o momento pelo governo do Estado aos 399 municípios paranaenses.

No oeste, nas cidades da 9ª, da 10ª e da 20ª Regional de Saúde, foram aplicadas 23.825 doses, o que corresponde a 74,5% das 31.970 distribuídas pela Sesa.

De acordo com o balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, 15 das 22 regionais no Paraná já ultrapassam o índice de 80% de vacinados. Oito delas – Irati (4ª RS), União da Vitória (6ª RS), Francisco Beltrão (8ª RS), Campo Mourão (11ª RS), Cianorte (13ª RS), Jacarezinho (19ª RS), Telêmaco Borba (21ª RS) e Ivaiporã (22ª RS) – romperam a barreira dos 90%. Campo Mourão, Irati e Cianorte estão bem próximos de fechar a primeira etapa da vacinação.

Segundo o boletim, as 163.106 doses foram aplicadas em 146.235 trabalhadores da saúde (89,6%), 9.274 idosos em asilos e profissionais cuidadores (5,6%), 7.397 indígenas (4,5%) e 200 pessoas com deficiência severa.

O Paraná recebeu até agora 391.700 doses para imunização contra a covid-19 enviadas pelo Ministério da Saúde. Foram 265.600 (1º lote), 39.600 (2º lote) doses da Coronavac e 86.500 doses da AstraZeneca.

 

Segunda dose

A Secretaria da Saúde já encaminhou aos municípios 238.871 vacinas referentes à primeira dose no público prioritário. A segunda dose da CoronaVac começou a ser distribuída na terça-feira (2).

São mais 132.779 doses para as regionais de Paranaguá (1ª RS), Pato Branco (7ª RS), Francisco Beltrão (8ª RS), Foz do Iguaçu (9ª RS), Cascavel (10ª RS), Toledo (20ª RS) e os municípios da região de Curitiba. Na próxima semana, a distribuição irá alcançar as demais regiões do Estado.

Desta vez, a carga será transportada via terrestre, por caminhões refrigerados que mantêm o imunizante nas condições ideais de armazenamento.

O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, destacou que a segunda dose é importante para garantir a eficácia da vacina e a proteção da população. “Estamos distribuindo de maneira organizada e muito segura a segunda dose da Covonavac às nossas 22 Regionais, que estão organizando a logística de encaminhamento aos municípios”, disse. “Contamos com a boa conduta de todos para a aplicação ágil dessas doses”.

De acordo com o secretário, apesar da velocidade de distribuição, é preciso otimizar a aplicação das doses para proteger a população. “O Estado está fazendo a sua parte no que se refere ao armazenamento, ao transporte das vacinas e ao fornecimento dos insumos para a aplicação. Precisamos do apoio de todos os municípios para agilizar a aplicação dessas novas doses e avançar mais um passo”, acrescentou.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti Lopes, destacou que a segunda dose vai reforçar a importância do registro de vacinados nos sistemas de controle. “A partir da aplicação da segunda dose, as pessoas do grupo de risco estarão mais protegidas contra a covid-19. Por isso, é muito importante que tenhamos todos os dados dessas pessoas. Estamos acompanhando de perto para encerrar os grupos elencados como prioritários e seguir ampliando a imunização para mais pessoas”, disse.