Cotidiano

Para pagar as contas, governo quer pôr paraíso à venda

brocoio.jpgRIO – Entre os dois mil imóveis que Francisco Dornelles quer colocar à venda para
desafogar os cofres do estado, um chama atenção. Com seis quartos, três salas e
cinco banheiros, o Palácio de Brocoió, situado na ilha de mesmo nome, na Baía de
Guanabara, é um nobre endereço que entrará no saldão do governo.

A ilha, de uso restrito do estado, foi comprada em 1944 pela prefeitura do
então Distrito Federal e, mais tarde, passou para o patrimônio do governo
estadual. Já o palácio, construído no terreno de 200 mil metros quadrados na
década de 1930, foi iniciativa do então proprietário da área, Octávio Guinle. O
projeto é do mesmo arquiteto do Copacabana Palace, o francês Joseph Gire. Crise – 17/05

Em 1965, o palácio foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
(Inepac). Quem se hospeda no imóvel desfruta de um espaço luxuoso. A banheira na
suíte do governador foi escavada num bloco maciço de mármore, e as torneiras são
de bronze.

Os últimos governadores que estiveram no local foram Rosinha e Anthony
Garotinho, há mais ou menos dez anos. Desde então, o valor para custear o
palácio abandonado é de cerca de R$ 180 mil anuais, incluindo o salário de cinco
funcionários e serviços de limpeza, segurança, água e luz para a ilha.

O governador Sérgio Cabral, que deixou o cargo em 2014, gastou ainda R$ 1
milhão para fazer a reforma do local, depois de anunciar que a ilha seria aberta
para a visitação, o que acabou não ocorrendo.

Já o sucessor de Cabral, o governador licenciado Luiz
Fernando Pezão, falava em tornar o casarão uma escola de hotelaria. Agora,
Dornelles quer atrair a cobiça de hoteleiros, tentando transformar a mansão
histórica em dígitos na conta bancária do estado.

? Eu acho que tem que fazer privatização de tudo que puder. A ilha é muito
bonita, bem localizada. A impressão que eu tenho é que um grupo econômico pode
fazer daquilo um grande resort ? projeta.