Cotidiano

'Para minha amada morta' também retira candidatura ao Oscar

RIO ? Vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Brasília de 2015, “Para minha amada morta”, de Aly Muritiba, é mais que não vai concorrer a representar o Brasil no Oscar de 2017. Antes de Muritiba, outros dois diretores resolveram não concorrer depois da polêmica envolvendo a comissão julgadora, Gabriel Mascaro (“Boi neon”) e Anna Muylaert (“Mãe só há uma”).

Diferentemente dos outros diretores, entretanto, Muritiba afirmou em um post no Facebook que sua desistência não era em solidariedade a “filme A ou B”, referindo-se a “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, e sim por causa do “modo como a comissão foi constituída”.

Aly Muritiba

O perfil de “Para minha amada morta”, que também levou os Candangos para os atores coadjuvantes, além de melhor direção de arte e melhor montagem, anunciou a decisão nesta sexta-feira, afirmando que o Brasil passa por “tempos de exceção”:

“Não reconhecemos a legitimidade da comissão constituída para escolher o representante brasileiro na disputa do Oscar 2017, portanto não iremos adentrar ao pleito.

Em tempos de exceção, é preciso tomar posição clara”. ‘Para minha amada morta’ sai do Oscar

Em outro campo de batalha, dois integrantes anunciaram sua saída da comissão de seleção do candidato brasileiro ao Oscar, o cineasta Guilherme Fiúza Zenha e a atriz Ingra Liberato. Conforme adiantou o colunista do GLOBO Ancelmo Góis, Bruno Barreto substituirá uma das cadeiras vagas. O Ministério da Cultra confirmou o nome do diretor de “Dona Flor e seus dois maridos” em nota. Leia na íntegra:

“O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, informa que o cineasta Bruno Barreto irá integrar a comissão de seleção do filme representante do Brasil no Oscar, em substituição a Guilherme Fiuza Zenha. A nova indicação está prevista para ser publicada no Diário Oficial da União, na próxima semana. Em seguida, serão cumpridos os ritos legais estabelecidos: o nome será encaminhado à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para análise e aprovação.

O ministério reitera sua confiança na Comissão de Seleção, bem como na isenção do processo de escolha. A comissão é formada por nomes de reconhecida reputação e conhecimento técnico, que passaram, inclusive, pelo crivo da Academia. Destaca-se que a seleção do filme representante será feita à margem de critérios de natureza política, sendo inócua a criação de ambiente de pressão ou constrangimento com vistas a favorecer ou prejudicar qualquer produção.

O anúncio do resultado da seleção será realizado pela comissão no dia 12 de setembro de 2016. Passada a etapa de seleção, o Ministério estará engajado na torcida para que nosso filme figure entre os cinco finalistas.”