Cotidiano

Para Meirelles, protestos 'legitimam' impeachment como processo democrático

HANGZHOU – O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda-feira que manifestações realizadas neste final de semana contra o presidente Michel Temer são parte de um processo democrático normal que não deve prejudicar a imagem do Brasil junto aos investidores e ao resto do mundo. Ele defende que os protestos garantem ainda mais legitimidade ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, foi um movimento apoiado por grande parte da população.

– É normal que aqueles que foram contra o processo se manifestem de uma forma democrática, livre. Não vejo isso como nenhum tipo de problema, muito pelo contrário. Acho isso parte da democracia, parte do debate livre do país, exatamente o que garante, legitima ainda mais o fato que o o processo é democrático, constitucional. Frente ao mundo, inclusive, legitima o processo o fato de se ter uma discussão absolutamente aberta em relação a esse assunto – afirmou ele.

Meirelles não acredita que as manifestações possam interromper o ritmo das discussões das medidas de ajuste enviadas pelo Executivo ao Congresso Nacional. Segundo ele, fica cada vez mais claro que a questão fiscal é fundamental nessa recuperação.

– Acreditamos que o Congresso Nacional vai ser sensível a isso e vai aprovar as reformas dentro das suas prerrogativas – disse.

Para ele, a maior preocupação hoje, em última análise do próprio Congresso, é a de justamente viabilizar a volta do crescimento econômico e de novas vagas de emprego. E destacou que a confiança do consumidor, da indústria e do comércio está aumentando.

ACORDOS BILATERAIS

Meirelles participou da agenda de encontros bilterais de Michel Temer na China, entre eles, a reunião com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe. Durante o encontro, Temer destacou o interesse do Brasil em atrair investimentos na área de infraestrutura e discutiu as exportações de carnes e frutas brasileiras ao país asiático, entre outros produtos agropecuários.

Mais tarde, em outra conversa para acordo bilateral com primeiro ministro espanhol, Mariano Rajoy, ele expressou a intenção de fortalecer relações comerciais com a Espanha para atrair mais investimentos do país europeu. E mencionou planos do Brasil de investimentos em portos, ferrovias e aeroportos e de desestatização.