Cotidiano

Para líderes, revisão da malha viária é a saída para gargalos

Cascavel – Chegou a vez de Cascavel ser o cenário da consulta pública para que a região oeste possa manifestar sua opinião e dar suas sugestões para a atualização da malha viária de todo o Estado. O encontro será hoje, às 14h30, na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel).

Uma das bandeiras a ser defendidas veementemente será a ligação até Dourados (MS), totalizando 350 quilômetros, com passagem por Guaíra. O outro trecho previsto são 400 quilômetros entre Guarapuava e Paranaguá. O investimento seria da ordem de R$ 10 bilhões. Essa é a segunda audiência. A primeira ocorreu na quinta-feira, em Guarapuava.

Na segunda-feira (9) o encontro será em Curitiba, e, no dia 16, em Dourados.

A união em torno da construção de um novo modal vem ao encontro da necessidade história de encontrar uma alternativa para o gargalo logístico. Ao fim das audiências, o governo ficará debruçado na PMI (Proposta de Manifestação de Interesse), etapa fundamental na definição da empresa responsável pela execução do estudo de viabilidade técnica. “Precisamos de um estudo técnico eficiente para tirar esse projeto do papel e mostrar da maneira clara o impacto econômico dessa estrutura”, disse o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin.

O investimento na elaboração do estudo será de R$ 25 milhões, custeados pela empresa escolhida, cujo ressarcimento será feito pela concessão vencedora.

Com isso, o traçado ligando o litoral a Curitiba seria explorado apenas turisticamente.

Novo trecho

Com o novo traçado ligando o oeste do Paraná a Dourados, será possível escoar a produção do Paraguai e do Mato Grosso do Sul, explorando não apenas as commodities, mas também a pecuária.

Cálculos recentes mostram que o oeste perde ao ano R$ 330 milhões por falhas na logística. O trecho na região seria de responsabilidade de uma subconcessão da Ferroeste e o de Paranaguá a Guarapuava de uma concessão estadual. A intenção é ter em mãos o estudo de viabilidade técnica até o segundo semestre de 2018.

Bom para todos

O presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), Edson Vasconcelos, entende que o projeto resolve de uma vez o problema da chegada da Ferroeste ao Porto de Paranaguá. “É uma solução para todo o Paraná”, argumenta.

Segundo ele, o trecho de descida da Serra é fator limitante no escoamento da produção de grãos ao Porto de Paranaguá. “Neste ano, Paranaguá já exportou 50 toneladas e a previsão para 2030 é chegar a 80 milhões de toneladas”.

Edson Vasconcelos diz ainda que a região oeste não consegue ser eficiente em função desse gargalo na descida para a Serra, além da concorrência com a carga procedente do norte. “Somos favoráveis ao estudo de viabilidade técnica, instrumento eficaz para tornar o modal competitivo”.

Essa luta dos líderes regionais não é de hoje. O trecho ferroviário onde fica o gargalo foi construído em 1880, na época de Dom Pedro, com curvas acentuadas, aclives e declives, fazendo com que a malha não comporte mais a produção do Estado. Nesse percurso, a velocidade reduz drasticamente e a viagem atrasa. Se nada for feito, o Paraná continuará a contabilizar prejuízos pela falta de uma logística adequada e eficiente.