Cotidiano

Para indústria brasileira, China não é economia de mercado

BRASÍLIA – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) contesta que a China passe a ser considerada uma economia de mercado pelo Brasil. Desde ontem, pelos critérios da Organização Mundial do Comércio (OMC), essa é a qualificação padrão para quem negocia com o país.

Para as indústrias brasileiras, porém, ainda existe intervenção do governo na economia chinesa relevante para manter os preços de forma artificial no comércio exterior.

Pelo acordo assinado pela China com a OMC em 2001, depois de 15 anos, o país passaria a ser considerado uma economia de mercado em relação ao mundo. Essa mudança, além do reconhecimento mundial, deve lhe assegurar bilhões de dólares a mais em corrente de comércio.

Por se tornar uma economia de mercado, os cálculos para verificação de subsídios e intervenção em mercado automaticamente mudam para uma situação mais favorável à China – porque as comparações de preços para se constatar distorções passam a ser feitas com o mercado interno chinês, onde os preços são menores, em vez de valores correntes em outros países.

A CNI, porém, defende que o Brasil use um método alternativo para questionar ações de dumping (quando artificialmente as empresas exportam a um preço menor do que cobram no seu mercado interno) praticadas pela China.

?A melhor interpretação é de que deve haver uma mudança apenas procedimental nas medidas antidumping: a inversão do ônus da prova no que se refere à demonstração da inexistência de condições de economia de mercado na China?, disse por meio de nota Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI.