Cotidiano

Paquistão proíbe propaganda de contraceptivos para crianças não se interessarem por sexo

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ISLAMABAD – O Paquistão baniu propagandas para produtos contraceptivos na televisão e no rádio devido a preocupações para evitar que “crianças curiosas sejam expostas ao sexo”, diz a mídia local.

A Autoridade Regulatória de Mídia Eletrônica do Paquistão (ARMEP) diz que está agindo após reclamações de pais e que a proibição afeta todos os tipos de contraceptivos e camisinhas, assim como outros produtos.

“(O) público em geral está muito preocupado (sobre) a exposição de tais produtos para as crianças inocentes, que ficam curiosos sobre os recursos (e) utilização dos produtos”, disse a agência em um comunicado.

A proibição ocorre apesar de uma iniciativa do governo para incentivar o controle da natalidade no Paquistão, um país muçulmano conservador de 190 milhões de pessoas, onde falar de sexo em público é tabu.

Canais de televisão e estações de rádio que não cumpram a proibição vai enfrentar “ações legais sob as leis ARMEP”, diz o comunicado, embora nenhuma punição específica seja mencionada. Não está claro ainda se a proibição inclui os próprios esforços de planejamento da família do governo. Departamentos provinciais de bem-estar da população fazem campanhas públicas regularmente para educar a população sobre os benefícios de várias formas de controle de natalidade.

O uso de anticoncepcionais no país já é baixo e caiu em mais de 7,2% no ano passado, de acordo com estatísticas governamentais. O Paquistão é o sexto país mais populoso do mundo, com um crescimento anual de 1,92%. A população deve chegar a 227 milhões até 2025.

“Redução no crescimento da população é uma das principais prioridades do governo para manter o equilíbrio entre os recursos e a população do país”, afirma o relatório anual do governo sobre o uso de contraceptivos.

A falta de uso de anticoncepcionais também podem ter implicações para a propagação de doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV / AIDS. Segundo dados da ONU, quase 3 mil pessoas morreram da doença no país no ano passado.