Cotidiano

?Papais Noéis? protestam contra presidente da Coreia do Sul

SEUL ? Milhares de sul-coreanos, muitos deles vestidos de Papai Noel, protestaram neste sábado em Seul para pedir a saída imediata da presidente Park Geun-Hye, que foi destituída pelo Parlamento devido a um escândalo de corrupção, e cujo destino está agora nas mãos do Tribunal Constitucional.

Os manifestantes se reuniram pelo nono sábado consecutivo para pedir a saída de Park. Apesar do frio, havia mais de 550 mil participantes, segundo os organizadores, que se dirigiram para a sede da Presidência, o gabinete do primeiro-ministro e o Tribunal Constitucional. Com cartazes e balões, os eles cantaram músicas de Natal cujas letras foram alteradas para ridicularizar a presidente e pedir sua saída.

? Esta é uma véspera de Natal especial e me dá a chance de mostrar aos meus filhos o que é a democracia ? disse Yoon Ki-Seung, enquanto o filho e a filha seguravam cartazes.

Também vestido de Papai Noel, Park Chans, de 25 anos, disse que o objetivo era fazer com que os culpados por corrupção pagassem por seus crimes.

“Detenham Park imediatamente”, gritavam os manifestantes, que pediram ao Tribunal Constitucional que acelere o processo de destituição da presidente.

O Parlamento votou em 9 de dezembro uma moção de destituição de Park, envolvida em um escândalo de corrupção relacionado a uma amiga sua, Choi Soo-sil, acusada de ter usado a influência da presidente para enriquecer e para interferir em suas decisões políticas.

O Tribunal, que começou a analisar o caso na quinta-feira, tem até 180 dias para confirmar ou não a saída de Park. A presidente mantém por enquanto o título, mas seus poderes foram transferidos para o primeiro-ministro. Se os juízes confirmarem a destituição, será organizada uma eleição antecipada em 60 dias.

a Promotoria acusa Park de cumplicidade com Choi Soon-Sil, imputada por extorsão e abuso de poder por suspeita de ter utilizado sua influência sobre a presidente para obrigar grandes grupos empresariais a doar milhões de dólares para as suas duas fundações supostamente de caridade, mas cujos fundos eram usados com fins pessoais.

A Promotoria sul-coreana também acusa Park de ordenar seus colaboradores a entregarem documentos oficiais a Choi, apesar de a amiga não desempenhar funções no governo nem ter as autorizações necessárias.