BRZEGI, Polônia ? O Papa Francisco desafiu centenas de milhares de jovens que participaram de uma vigília na noite de sábado, em Brzegi, nos arredores de Cracóvia, no penúltimo dia da viagem do pontífice à Polônia. O papa pediu aos jovens que participam da Jornada Mundial da Juventude para não serem como “uma batata no sofá” que apenas se dedica aos jogos eletrônicos e computadores. Ele pediu que se engajassem no ativismo social e na política para criar um mundo mais justo.
Francisco fez referência a uma paralisia que, segundo ele, surge naqueles que buscam apenas o que lhes é conveniente, confundindo felicidade com um estilo de vida complacente que poderia tirar das pessoas a habilidade para determinar os seus próprios destinos.
– Queridos jovens, nós não viemos a esse mundo para vegetar, para escolher o fácil, para fazer das nossas vidas um sofá confortável onde dormir. Não, nós viemos por uma outra razão: deixar uma marca – disse o Papa para os jovens acampados em um campo aberto de Brzegi.
Organizadores da vigília dizem que 1,6 milhão de pessoas ouviram o Papa na noite de sábado, mas a polícia local afirmou que não tinha uma estimativa de público. Francisco falou contra um “escapismo moderno” que leva ao consumismo e as computadores que isolam as pessoas.
– Seguir Jesus exige uma boa dose de coragem, estar pronto para trocar o sofá por um par de sapatos e sair em caminhos novos – afirmou o Papa, desafiando os jovens a deixarem sua marca no mundo como “políticos, intelectuais, ativistas sociais” e ajudar a construir uma economia global que seja “inspirada pela solidariedade”. – O período em que vivemos não pede jovens batatas no sofá, mas calçados, ou melhor com suas botas preparadas.
Francisco chegou a perguntar à plateia, “vocês querem que outros decidam as suas vidas?”, “vocês querem lutar pelo futuro?”. Os jovens responderam ao discurso do Papa com gritos de “sim”.
O apelo do Papa na vigília com os jovens aconteceu horas depois de ele ter celebrado uma missa com padres, freiras e jovens seminaristas a quem ele também pediu para deixarem as suas zonas de conforto e atenderem aqueles que precisam. Francisco afirmou que Jesus quer que a Igreja “seja uma Igreja em movimento, indo ao encontro do mundo”.
Os quatro dias de visita do Papa à Polônia foram de agenda intensa. Em sua primeira visita a um país do Leste da Europa, ele visitou o campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, onde se encontrou com sobreviventes dos campos de concentração e com cristãos que ajudaram os judeus a escapar de Hitler. A visita do Papa termina no domingo.
