Cotidiano

Pai e avó acusados de matar e enterrar menina de 11 anos em quintal vão a júri popular

O corpo de Eduarda Shigematsu foi encontrado em abril de 2019

Pai e avó acusados de matar e enterrar menina de 11 anos em quintal vão a júri popular

A 1ª Câmara Criminal do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) decidiu que Ricardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia, pai e avó, respectivamente, de Eduarda Shigematsu, de 11 anos, que foi encontrada enterrada no quintal de um imóvel da família, em Rolândia, no norte do Paraná, vão a júri popular.

O corpo de Eduarda Shigematsu foi encontrado no fim de abril de 2019.

O pai dela, Ricardo Seidi, que está preso, é réu por homicídio qualificado (asfixia, dificultar defesa da vítima e feminicídio), ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Ele confessou que enterrou o corpo da filha, mas nega que tenha matado a criança.

A avó de Eduarda, Terezinha de Jesus Guinaia, foi denunciada pelo MP-PR (Ministério Público do Paraná) mas o juiz da primeira instância entendeu que não havia indícios suficientes da participação dela. Após o recurso ao TJ-PR, os desembargadores decidiram que a avó será julgada no Tribunal do Júri pela prática dos crimes de ocultação de cadáver e de falsidade ideológica.

A data do julgamento não está marcada. O pai está preso e a avó responde ao processo em liberdade.

 

O caso

Após quatro dias de buscas, o corpo de Eduarda Shigematsu foi encontrado enterrado em um imóvel da família, na tarde do dia 28 de abril de 2019, um domingo, após uma denúncia anônima.

No dia, o pai da menina foi preso em flagrante por ocultação de cadáver.

Em depoimento, ele confessou ter enterrado o corpo, mas nega que a tenha matado. Segundo a polícia, ele afirma que encontrou Eduarda morta dentro da casa que ela morava com a avó paterna. Eduarda teria, segundo a versão do pai, se enforcado no quarto.  A polícia encontrou uma uma carta dentro de uma gaveta, supostamente escrita pela Eduarda, contando que ela estava descontente com a relação com a avó.

Durante as investigações, foram usadas imagens de câmeras de segurança de imóveis próximos. Segundo o delegado, é possível ver que a amenina chegou em casa 11h50 do dia 24 de abril e depois não é possível ver a garota saindo do imóvel.

Em junho de 2019, o MPPR Ministério Público do Paraná apresentou denúncia contra o pai e a avó paterna de Eduarda Shigematsu.

O órgão sustenta os agravantes de meio cruel, já que ela foi morta por asfixia sem chance de defesa e por feminicídio, já que a agressão teria relação com o fato de Eduarda ser mulher.