RIO – Em meio à crise no estado e ao decreto de calamidade pública do governador em exercício, Francisco Dornelles, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, convocou uma entrevista coletiva nesta terça-feira, com grande presença da mídia internacional para apresentar números das finanças do município e da Olimpíada de 2016. Diante dos jornalistas brasileiros e de muitos estrangeiros, ele repetiu várias vezes que “se era para alguém quebrar por causa da olimpíada, tinha que ser a prefeitura e não o governo do estado”. No entanto, Paes apresentou uma série de gráficos e tabelas para demonstrar que a saúde financeira da prefeitura vai bem.
O decreto do governador usa os Jogos Olímpicos como justificativa para adotar o estado de calamidade no Rio.
Segundo os números apresentados pelo prefeito, a prefeitura é a responsável pela execução de 93,5% das arenas esportivas para os jogos. Os outros 6,5% se referem basicamente à custos de instalação de energia elétrica nos equipamentos olímpicos.
O custo total dos equipamentos olímpicos é de aproximadamente R$ 7,07 bilhões. Dos cofres públicos municipais, segundo Paes, saíram R$ 732 milhões. O restante, cerca de R$ 4,24 bilhões, sob responsabilidade da prefeitura, foram viabilizados pela iniciativa privada. Completam a conta as verbas repassadas pelo Governo Federal.
? Queremos desmistificar essa história de que o país está pagando a Olimpíada do Rio ? disse, Eduardo Paes, completando:
? Não é verdade que o estado passa pelo que passa por causa da Olimpíada. Os jogos servem de argumento para se pleitear essa ajuda da União, mas não é a causa da crise
O orçamento total dos jogos, que inclui as obras de mobilidade e infraestrutura para a cidade, além do orçamento do Comitê organizador, chega a R$ 39,07 bilhões. As obras que Paes considera como legado representam a maior parte, segundo os números apresentados pelo prefeito, do montante: R$ 24,6 bilhões. Já o orçamento do Comitê Organizador Rio 2016, consome outros R$ 7,4 bilhões.
Diante desse custo, o prefeito comparou o quanto foi gasto para organizar outros jogos olímpicos, como os de Barcelona, Londres e Pequim. Segundo ele, o custo total da Olimpíada do Rio, será 35% inferior ao previsto, enquanto em Barcelona, por exemplo, o gasto teria sido 609% superior à previsão inicial. Ainda diante da imprensa internacional, Paes ressaltou que a Olimpíada de Londres custos 300% a mais que a do Rio.
