Cotidiano

Paa ministro da Casa Civil, securitização de R$ 60 bi é insuficiente

BRASÍLIA – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta quarta-feira que R$ 60 bilhões para securitização é “pouco” frente ao total da dívida do governo. Padilha declarou também que desconhece proposta de contingenciamento de gastos nas conversas com a Fazenda e Planejamento. A equipe econômica deve apresentar até o fim desta semana uma nova previsão de contingenciamento, de cerca de R$ 20 bilhões.

? Essa palavra (contingenciamento) não é conhecida dentro das nossas relações aqui, com Fazenda, Planejamento, Casa Civil. Desconhecida ? disse Padilha, que completou: ? Já ouviram falar de securitização dos créditos?

Ao ser perguntado se R$ 60 bilhões para a securitização são um valor adequado, o ministro respondeu que acha “pouco”. Na semana passada, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, estimou o mesmo número como passível para receber de uma vez só, com valor descontado, parcelas da dívida ativa da União. Oliveira ainda ressaltou que a quantia ainda depende da capacidade do mercado, e que o valor ainda seria “muito menor”.

? É pouco (R$ 60 bilhões). Estamos trabalhando com mais de um trilhão (de dívida ativa da União) ? disse Padilha nesta quarta, justificando que a fatia não poderia ser somente de 6%.

A despeito de o chefe da Casa Civil dizer que “desconhece” proposta de contingenciamento, a equipe econômica trabalha com uma previsão de contingenciamento de cerca de R$ 20 bilhões, a ser apresentado até o fim desta semana. Além do fraco desempenho fiscal de estados e municípios, pesam a renegociação das dívidas de estados com a União e o BNDES, a ajuda financeira ao Rio e o parcelamento de valores que deixaram de ser pagos ao governo federal por liminares.

Padilha disse ainda que o presidente interino Michel Temer aprova a ideia de eventual queda nos juros.

? Se analisarmos todos os indicadores, vamos ver que forçosamente teremos queda nos juros ? afirmou, acrescentando ressaltando que o Planalto não quer mostrar ingerência no Banco Central: ? Isso (queda nos juros) agrada o presidente. Ele vê com bons olhos se pudermos, com autonomia do Banco Central, corresponder a essa expectativa. Economistas, agências de avaliação estão dizendo. A palavra final é do Banco Central.