Cotidiano

Osbourne pede que os EUA não desistam do Reino Unido após o Brexit

NOVA YORK – O ministro das Finanças britânico, George Osborne, iniciou uma viagem internacional para redobrar esforços para estreitar os laços comerciais entre Estados Unidos UA e Reino Unido depois do referendo que decidiu pela saída da União Europeia.

?A Grã Bretanha está aberta para negócios”, escreveu ele em artigo publicado no jornal ?The Wall Street Journal” antes de uma visita ao centro financeiro de Nova York nesta segunda-feira.

O ministro quer afastar dúvidas sobre se o Reino Unido ainda tem “o apetite para ter um papel de destaque no palco mundial” e também pretende tentar impedir que as empresas americanas tirem investimentos do país. Atrair investimentos privados e emprego para as regiões além das grandes cidades britânicas é citado por Osborne como o caminho correto para combater a desigualdade no Reino Unido.

?Precisamos dobrar nossos esforços para conectar o norte e as reigões centrais ? regiões que votaram amplamente para deixar a UE ? através da construção de uma Central Elétrica no Norte com base em decisões tomadas localmente e pesquisa e infraestrutura de nível mundial?, sustenta Osborne.

O artigo coloca o Reino Unido como parte da economia global fora das fronteiras da União Europeia, pela atuação como voz da Europa no resto do mundo e pela aproximação de laços econômicos fora do continente.

?Pela primeira vez em 40 anos, o Reino Unido definirá seus próprios termos de comércio. Então devemos começar a negociação agora com os Estados Unidos e com os integrantes do Acordo Norte-Americano de Livre Comércio sobre como podemos alcançar laços econômicos ainda mais próximos?, indicou o ministro das Finanças britânico.

POLÍTICA FISCAL MAIS FLEXÍVEL

Osborne tem sido acusado de tentar tornar o Reino Unido em um paraíso fiscal após anunciar que cortaria impostos corporativos de 20% para 15%, o nível mais baixo entre as grandes potências econômicas, na tentativa de atrair investimento estrangeiro.

?Pretendemos oferecer taxas ainda mais competitivas, e nos tornar um lar de mais, e não menos, negócios internacionais. Para sinalizar nossa intenção, cortaremos ainda mais nossa taxa de imposto corporativo?, disse o ministro.

Segundo o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lemy, a política monetária foi atingida da maneira errada para preparar negociações sobre impostos e comércio com a União Europeia.

?Estou bem convencido de que, no fim do dia, se você quer uma relação equilibrada de ganho-ganho no futuro, começar pela competitividade fiscal não é o caminho certo para preparar psicologicamente essa negociação?, disse Lemy segundo o ?The Independent?.