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Os próximos movimentos de Simone Biles

Simone Biles não sabe se vai estar na próxima Olimpíada. Na verdade, a sensação da ginástica artística vai começar a universidade quando voltar aos Estados Unidos. Antes disso, ela só quer comer pizza de peperoni, conhecer o Cristo e ir à praia. Desejos simples para quem já realizou o incrível feito de conquistar cinco medalhas em sua estreia olímpica. Ontem, Simone brilhou no solo e levou, com facilidade, o ouro. Ela terminou a Rio-2016 com quatro ouros, um bronze e uma fama de ser sobrenatural maior do que a já tinha quando chegou aqui. Links ginástica

? Estou muito feliz com as minhas medalhas. Queria ganhar cinco e ganhei. Vocês (da imprensa) que diziam o tempo todo que seriam cinco de ouro. Eu queria ganhar medalhas. Agora, quero muito comer uma pizza de peperoni e conhecer o Rio (risos). Ainda não vimos nada da cidade. Quero conhecer o Cristo Redentor e a passar um dia relaxando na praia ? contou Simone.

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Simone, por mais que pareça uma experiente atleta para o público, ainda é uma adolescente. Com 19 anos, a menina de ouro tem sonhos e atitudes bem típicas da idade. Por isso ela quer aproveitar. E é incentivada a isso. A ginasta vai fazer uma pausa para começar uma universidade.

? Ginástica é uma carreira muito sacrificante. Simone não estará treinando nos próximos meses. Acho que ela vai, e deve, parar. Ela vai pra universidade. Isso é importante para ela. Não falamos sobre o futuro e se ela vai continuar a treinar na universidade ? contou a treinadora Aimee Boorman, responsável pela ginasta.

É muito comum, por causa do desgaste físico que as ginastas costumam sofrer, que as atletas deem um tempo em suas carreiras ? e nos treinamentos pesados ? por um ano. Foi assim com Gabrielle Douglas que voltou a competir pouco antes dos Jogos do Rio.

? Ainda não sei se disputo os próximos Jogos. Preciso ainda rever esses aqui. Vou descansar um pouco, mas não sei por quanto tempo. Eu vou para universidade e estudar. Para mim isso é muito importante ? disse Simone Biles.

SIMONE SÓ QUER SER SIMONE

Simone disse querer fazer um balanço sobre os Jogos do Rio. Rever imagens, achar erros e acertos. Os acertos serão fáceis. Erros, ela teve apenas um mais sério, que a custou uma medalha de ouro. Depois de se desequilibrar na trave e encostar as mãos no aparelho, Simone ficou com o único bronze da competição. E foi a única vez que se a Arena Olímpica do Rio viu a expressão de Simone se fechar.

? Foi só aquela vez. Simone não está sempre sorrindo. Graças a Deus! Seria uma pessoa assustadora se fosse. Ela é uma adolescente normal e, às vezes, é muito difícil. Ela tem seus dias em que está mal-humorada, que está teimosa, que não quer treinar ou fazer nada. É uma adolescente absolutamente normal ? conta Boorman, para a surpresa de todos.

Todos as medalhas do Brasil no Rio-2016

Normal é algo que Simone busca ser daqui para a frente. A baixinha de 1,45m aguentou um peso enorme nos ombros. Durante esses dias de competição eram esperadas dela muitas medalhas, todas de ouro, execuções perfeitas, séries inquestionáveis, uma nova e mais perfeita versão de Nadia Comaneci. Mas Simone só quer se Simone.

? Já disse que não sei que fazer. Quero ser uma pessoa normal. Fazer coisas normais. Ficar em casa com a minha família ? disse Simone.

Família é algo muito importante para Simone Biles. Tirada da mãe biológica, que tinha problemas com drogas, ainda com três anos, a ginasta americana tem nos pais adotivos, seu avô biológico e a mulher, a força de que precisa para aguentar toda a pressão. Eles e a irmã vieram ao Brasil para acompanhá-la. Ontem, depois de ganhar sua última medalha de ouro, em uma execução incrível de solo, Simone falou de seus pais.

? Foi muito especial para mim ter meus pais aqui. Todas essas decisões sobre futuro, vou tomar com eles. É neles que penso quando ganho medalhas ? disse emocionada.

Antes de tudo isso, Simone que aproveitar a cidade onde conquistou seus primeiros ouros olímpicos. Católica, quer ir ao Cristo Redentor. E se o tempo ajudar, curtir um dia na praia, com a família e as amigas de seleção. Simone até teria falado um pouco mais, mas foi interrompida pela companheira Alexandra Raisman, medalhista de prata no solo, quando o amigo de seleção Danell Leyva entrou para competir na prova de barra fixa.

TORCIDA PELO AMIGO

Se no tablado ela parece não ser desse planeta, ali era uma adolescente totalmente normal. Enquanto viam a apresentação pela TV da zona mista, as amigas davam gritinhos e apertavam a mão umas das outras. Simone estava nervosa. Muito mais do que fica quando compete. Ela repetia os movimentos do amigo com o corpo. Danell ficou com prata.

O ouro ficou com o alemão Fabian Hambuechen, e o bronze, com Nile Wilson, da Grã-Bretanha. Nas barras paralelas, o ucraniano Oleg Verniaiev, campeão no individual geral, ficou também com o ouro. A prata foi, de novo, para o americano Danell Leyva, e o bronze ficou com o russo Davis Belyavskiy. Na final de solo feminino Simone ficou com ouro, Alexandra com a prata, e o bronze com a britânica Amy Tinkler. Os recordes dos Jogos Olímpicos Rio-2016