Cotidiano

?Os problemas da Petrobras precedem e muito as investigações da Lava-Jato?, diz Moro

CURITIBA – Para duas mil pessoas nesta quinta-feira à noite em Curitiba, o juiz federal Sérgio Moro voltou a afirmar que a Lava-Jato não é culpada pela grave crise econômica que a Petrobras se encontra. Para o juiz, uma das saídas possíveis para reverter o quadro de corrupção é a aprovação da proposta de “Dez medidas Contra a Corrupção”, encampada pelo Ministério Público Federal (MPF).

? Existem algumas pessoas que argumentos que os problemas econômicos da Petrobras vieram à tona por causa da Lava-Jato, mas esses problemas precedem e muito as investigações – destacou Moro, citando como exemplo os prejuízos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, uma das obras investigadas.

Moro voltou a dizer que ficou assustado com a naturalidade que os envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras detalhavam as irregularidades.

? Uma coisa que me perturbava muito foi a constatação de que vários dos envolvidos confessaram o pagamento e recebimento de propina de maneira muito natural, revelando uma naturalização do pagamento de propina em contratos pelo Brasil – disse.

O juiz destacou as possíveis soluções para o quadro de corrupção sistêmica identificado no Brasil, envolvendo sociedade e todos os poderes. Ele voltou a citar a importância da aprovação do projeto do MPF que está em trâmite no Congresso.

? Tenho fé que o projeto será aprovado – apontou, destacando que esteve no Congresso para defender a proposta e viu uma mudança de postura dos legisladores sobre a tolerância à corrupção.

A palestra de Moro, intitulada “Ética empresarial e na vida pessoal”, foi restrita a alunos da Universidade Positivo (UP). O seminário contou ainda com exposições do empresário e fundador do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarães, e do professor italiano Sergio Casella.