Cotidiano

Os pontos destacados pela Anistia Internacional

64906327_A Rohingya refugee child smiles at Leda Unregistered Refugee Camp i.jpgNo relatório ?O Estado dos Direitos Humanos no Mundo?, publicado anualmente, a Anistia Internacional relata graves violações dos direitos humanos em 159 países durante 2016. Discursos divisivos, repressão a manifestantes e à liberdade de expressão são alguns dos problemas destacados. Entre os países que aparecem no relatório estão:

Bangladesh: Em vez de oferecer proteção ou investigar os assassinatos de ativistas, repórteres e blogueiros, as autoridades acionaram a Justiça contra jornalistas e membros da oposição.

China: Repressões contra advogados e ativistas, incluindo detenções em regime de incomunicabilidade, confissões televisionadas e assédio a familiares.

República Democrática do Congo: Prisões arbitrárias de ativistas pró-democracia.

Egito: Proibição de viagens, restrições financeiras e congelamento de ativos para enfraquecer, desmobilizar e silenciar grupos.

Etiópia: Um governo cada vez mais intolerante com vozes dissidentes utilizou leis antiterroristas e estado de emergência para reprimir jornalistas, defensores de direitos humanos, opositores políticos, e, especialmente, manifestantes, que foram vítimas de força excessiva e letal.

França: Medidas de segurança truculentas durante um prolongado estado de exceção. Milhares de buscas em residências, prisões e proibições de viagem ocorreram.

Honduras: Berta Cáceres e outros sete ativistas de direitos humanos foram mortos.

Hungria: Segundo a Anistia Internacional, o discurso do governo promoveu uma política de supressão sistemática dos direitos de refugiados e imigrantes.

Índia: Autoridades usaram leis para restringir a liberdade de expressão e silenciar vozes críticas ao governo. Organizações e defensores dos direitos humanos sofreram assédio e intimidação. Leis foram usadas para tentar silenciar estudantes ativistas, acadêmicos, jornalistas e defensores de direitos humanos.

Irã: Pesada supressão de liberdade de expressão, associação, reunião pacífica e crenças religiosas foi registrada. Críticos pacíficos foram detidos após julgamentos considerados injustos, dentre eles jornalistas, advogados, bloggers, estudantes, ativistas dos direitos das mulheres, cineastas e músicos.

Mianmar: Dezenas de milhares de muçulmanos Rohingya ? que permanecem privados de sua nacionalidade ? foram desalojados por ?limpeza étnica? mediante relatos de execuções ilegais, fogo aberto indiscriminado contra civis, estupro e prisões arbitrárias, denuncia a AI.

Filipinas: Houve uma onda de execuções extrajudiciais após a promessa feita pelo Presidente Duterte de matar milhares de pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas.

Rússia: Um primeiro processo contra uma ONG foi aberto com base na lei de ?agentes estrangeiros?. Dezenas de organizações independentes, que recebiam financiamento internacional, foram incluídas na lista de ?agentes estrangeiros?. A Rússia desconsiderou completamente a lei humanitária internacional na Síria, afirma a AI.

Arábia Saudita: Críticos, defensores dos direitos humanos e ativistas do direito das minorias foram encarcerados com base em acusações vagas como ?insulto ao Estado?. Forças de coalizão cometeram sérias violações da lei internacional, com suspeita de crimes de guerra no Iêmen. As forças bombardearam escolas, hospitais, mercados e mesquitas, matando e ferindo milhares de civis com armas fornecidas pelos governos dos EUA e do Reino Unido, incluindo bombas de fragmentação, banidas internacionalmente.

Sudão do Sul: Conflitos contínuos permanecem gerando consequências devastadoras para a população de civis, com violações e abusos dos direitos humanos e leis humanitárias internacionais.

Sudão: Evidências apontaram fortemente para o uso de armas químicas pelas forças do governo, em Darfur. Em outras partes do país, suspeitos de se oporem ao governo foram submetidos a prisões e detenções arbitrárias. O uso de força excessiva pelas autoridades para dispersar agrupamentos de pessoas levaram a inúmeras baixas.

Síria: Impunidade por crimes de guerra, abusos dos direitos humanos, incluindo ataques a civis e o longo cerco a cidades. A comunidade dos direitos humanos foi quase que completamente exterminada. Os ativistas foram presos, torturados, estão desaparecidos ou são forçados a deixar o país.

Tailândia: Estados de exceção, difamação e leis de sedição usadas para restringir a liberdade de expressão.

Turquia: Milhares de pessoas detidas após uma tentativa fracassada de golpe, centenas de ONGs suspensas, forte repressão da mídia e contínuos massacres nas áreas curdas.

Reino Unido: Um pico de crimes de ódio em meio ao referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Uma nova lei de vigilância deu poder à Inteligência e a outras agências para invadir a privacidade das pessoas em grande escala.

EUA: Uma campanha eleitoral marcada pela retórica discriminatória, misógina e xenofóbica levantou sérias preocupações sobre a força dos compromissos futuros dos EUA com os direitos humanos no âmbito nacional e internacional.

Venezuela: Reação desmedida contra defensores dos direitos humanos que denunciaram abertamente a crise humanitária causada pelo fracasso do governo em cumprir com os direitos econômicos e sociais da população.