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Os motivos que levaram Bárbara a fazer dupla com Fernanda Berti

Os principais títulos de Bárbara foram ao lado de Ágatha, e vice-versa. Mas após a medalha de prata no vôlei de praia dos Jogos do Rio, ela resolveu encerrar um ciclo de quase seis anos ao lado da parceira. E, nesta terça-feira, no Leblon, apresenta Fernanda Berti como sua nova companheira. Das quatro duplas brasileiras que competiram na Olimpíada, esta foi a única a mudar de formação.

Ágatha, por sua vez, não perdeu tempo e anunciou que joga até o fim do ano com Carol Solberg. Depois, ela se juntará à jovem Duda, de 18 anos. Da parceria com Bárbara, Ágatha guarda boas lembranças, mas admitiu que foi pega de surpresa pelo fim do time.

? É uma decisão difícil de tomar. Envolve muita coisa, estávamos há muito tempo juntas… É como terminar um casamento. Encerro a parceria com Ágatha com a sensação de dever cumprido. Agora, quero ir mais além ? disse Bárbara, que pretende ir a Tóquio-2020 com Fernanda.

CIRURGIA E CONVERSA EM 2015

A semente da nova dupla foi plantada em novembro de 2015. Fernanda precisava operar o ombro direito e, para isso, largou mão de Taiana, que era a sua dupla à época.

? Não queria atrapalhar a Taiana com a minha operação. Na época, já comecei a conversar com algumas jogadoras que poderiam fazer dupla comigo. E uma delas foi a Bárbara, que me explicou estar focadíssima nos Jogos do Rio ? conta Fernanda.

Fernanda, então, optou por fazer parceria com Josi. Mas, após o Rio-2016, ela recebeu uma ligação de Bárbara com a proposta de parceria visando Tóquio-2020.

Estava acostumada a treinar só com minha parceira e um treinador. Agora, temos uma equipe completa? Não posso dizer que a última palavra foi a da Bárbara, porque somos um time, e as decisões são tomadas em conjunto. Achamos que o ciclo com a Ágatha havia chegado ao fim e fomos atrás de novos objetivos ? disse Rico de Freitas, que era o treinador de Ágatha/Bárbara e agora vai comandar Bárbara/Fernanda.

Rico é filho de Bebeto de Freitas, técnico da Geração de Prata e ex-presidente do Botafogo. E, assim como seu pai, conquistou sua primeira medalha olímpica como treinador aos 34 anos. Rico é casado com Bárbara há três anos.

Apesar da mudança de parceira, ela manteve quase toda a equipe multidisciplinar que tinha com a Ágatha. Além de Rico, o time é composto pelos assistentes técnicos Ricardo Seixas e André Perlingeiro; pela psicóloga Maira Ruas; pelo fisioterapeuta Rafael Bordallo; e pelo preparador físico Guilherme Braga. Para Fernanda, foi uma grata surpresa ter esse elenco à sua disposição.

? Estava acostumada a treinar só com minha parceira e um treinador. Agora, temos uma equipe completa. Estou adorando essa estrutura ? elogiou Fernanda.

Dentro de quadra, a principal mudança está na estatura. Bárbara (1,77m) e Ágatha (1,82m) eram criticadas pela média de altura relativamente baixa. Com a entrada de Fernanda (1,89m), Bárbara ganha em alcance no jogo.

Apesar de o lançamento oficial acontecer nesta terça-feira, Bárbara e Fernanda já começaram a treinar juntas há duas semanas. Neste início, as duas são só elogios.

? Por ser em dupla, o vôlei de praia é um esporte mais íntimo do que um individual ou por equipes. Esse início de relação está muito tranquilo. Mas estamos nos conhecendo melhor. Daqui a pouco uma já vai ter mais intimidade para dar um ?puxão de orelha? ou chamar a atenção da outra com mais rispidez ? avaliou Bárbara, sorrindo.201608180625502489_AFP.jpg