Variedades

Os caminhos que tomam nossos amigos

Outro dia dei uma bela avaliada no rosto dos meus mais recentes amigos do facebook. Interessante como vai aumentando a quantidade deles depois que você acha um perdido lá de sua infância. Achei a Cibele Silva mês passado, colega que felizmente não trocou de sobrenome, e depois disso veio uma avalanche de pessoas que há pelo menos 30 anos não tinha notícias.

Para minha alegria, Gustavo me convidou para ser sua amiga essa semana. Andava mais do que sumido, escondido mesmo, mas qual foi minha supresa quando vi que na verdade estava usando um novo apelido, coisa que ganhou em Florianópolis quando para lá se mudou na década de 90. A foto de fundo de seu facebook não podia ser mais GLS e me senti a última a saber das novidades quando, passeando por seus posts, percebi que Gustavo, o colega querido da turma, é gay assumidíssimo. Até aí tudo bem, mas o que causou estranheza é que Gustavo namorava garotas e cedo, aos 17 anos, foi pai de uma menina. O que aconteceu na vida do meu colega, que se quer tinha trejeitos, para passar para o outro lado?

Mas não foi só ele que vi que deu uma guinada forte do caminho por onde andava. Suzana mora em Dubai, Marília virou monja na Grécia e Cátia em algum momento decidiu tornar-se freira. Mas voltando para o Gustavo, o colega de sorriso tímido, ele tem um respeitado emprego em São Paulo, e quem, casou com um homem e junto adotaram uma menina. O que aconteceu na vida dele para tomar essas decisões?

Quer saber? Não interessa, vejo a foto de um amigo sorridente que tirou uma menina de um abrigo e a ela dá carinho, escola, afeto e lazer, tudo ao lado de uma pessoa que ele diz amar há mais de dez anos. E está bonito, vaidoso e bem vestido, não fica seis meses sem botox.

E o que será que meus amigos de infância, esses que agora encontro, falam ao me reenocntrar? Aquela que adorava dormir com o cachorro e que não tinha a mínima paciência com crianças casou e teve dois filhos. "Nem parece você", me escreveu um. De qualquer maneira é bom ver os diferentes caminhos percorrido pelos amigos e constatar que, de fato, não é fama, dinheiro e prestígio que faz um ser humano se achar em seu caminho.

Se achar, aliás, é muito bom. Descobrir quem somos e para quê viemos é uma façanha e tanto. Viver de artesanato da beira de estrada e esperar pelo alvorecer de mais um dia cheio de energia ao lado de amigos em um acampamento alternativo é o sentido da vida de Luciana. A Lulu que até trocou de nome, Xanximar ou algo parecido, é mãe de três garotos e não come carne há 30 anos. A certinha que nunca falhava no tema de casa e que usava meias até os joelhos agora se quer usa sapatos na cidade lá no interior do Maranhão onde vive para o coletivo. Como é que a filha mais educada de dona Joelma foi parar naqueles lados eu at;e descobri depois de algum tempo analisando as fotos em sua linha do tempo, mas aí já é outra história e talvez não tão fantástica quanto outras que você deve ter também entre seus amigos lá dos primórdios de sua infância.