Cotidiano

Oposição venezuelana cobra presença de Maduro na Assembleia Nacional

CARACAS – O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, um dos líderes opositores Henry Ramos Allup, pressionou o chefe de Estado Nicolás Maduro a comparecer diante do Parlamento para explicações sobre ?sua possível responsabilidade política pela grave ruptura da ordem constitucional e democrática?. O Legislativo venezuelano cobra a presença do mandatário na próxima terça-feira, dia 1º de novembro.

?Não fujas. Dê as caras. A representação popular espera tuas explicações na próxima terça-feira, 1º de novembro, às 15h?, escreveu o deputado no Twitter.

Junto à mensagem, Allup publicou o comunicado enviado ao Maduro, que explica:

?Na sessão realizada na terça-feira, dia 25 de outubro de 2016, foi aprovado um acordo no qual se inicia o procedimento de declaração de sua possível responsabilidade política pela grave ruptura da ordem constitucional e democrátia, assim como a devastação das bases econômicas e sociais da nação?.

Maduro terá que responder ainda sobre a violação de direitos humanos no país, que enfrenta a falta de alimentos e medicamentos.

O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv, partido do presidente), Diosdado Cabello, convocou nesta quinta-feira a militância chavista para se reunir no Palácio de Miraflores, sede do governo, na próxima quinta-feira, 3 de novembro, em apoio a Maduro, após a mobilização convocada pela oposição, que anunciou greve geral de 12 horas nesta sexta-feira contra a suspensão do referendo revocatório do mandato do chefe de Estado.

Cabello acusa a Mesa de Unidade Democrática (MUD, principal partido da oposição) de tentar alegadamente implantar um golpe de Estado. Ele destacou, no entanto, que ?não existe nas leis? o instrumento de impeachment, o que implica na tentativa de romper a ordem constitucional.

A chanceler Delcy Rodríguez fez coro ao discuro do vice-presidente do Psuv, e descartou a possibilidade de impeachment. Ela afirmou que trata-se de uma manobra da oposição, liderada pela Assembleia Nacional (ocupada por uma maioria antichavista), para acabar com o atual governo.

? A Constituição da Venezuela e as leis da República não contemplam o mecanismo do impeachment. Estamos diante de uma ação conspiratória e em última instância golpista ? afirmou ministra em coletiva de imprensa na Bolívia. ? A função da Assembleia Nacional (da Venezuela) é ditar leis, não derrubar presidentes.

Quanto à convocação para a greve da MUD, Delcy sustentou que a tentativa foi um fracasso:

? A paralização até agora foi derrotada. O povo da Venezuela está trabalhando normalmente. Lá, os trabalhadores lançaram uma ordem: fábrica abandonada, fábrica tomada.