Cotidiano

Oposição rompe diálogo com governo e rechaça novo pacto de paz da Colômbia

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BOGOTÁ ? A maior força da oposição colombiana rechaçou nesta quarta-feira o novo acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e convocou protestos para os próximos dias. Na véspera, as duas partes anunciaram que assinarão na quinta-feira a segundo texto, que deverá ser referendado pelo Congresso, depois que uma primeira versão do pacto não foi aprovada em um plebiscito de outubro.

Os opositores, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, qualificam a decisão de não passar o novo pacto pelo voto popular como um golpe à democracia. A decisão anunciada nesta quarta-feira quebra o diálogo que o partido Centro Democrático vinha mantendo com o governo, em busca de consensos para um novo acordo com as Farc, cujo objetivo é pôr fim a meio século de um sangrento conflito que deixou 220 mil mortos no país.

Uribe foi o principal promotor do “Não”, que representava o rechaço ao acordo de paz no referendo. A sua campanha acabou vencedora em outubro, o que obrigou o presidente Juan Manuel Santos a dialogar com a oposição e renegociar com a guerrilha para salvar o pacto.

“O governo preferiu a imposição que divide os colombianos ao Pacto Nacional que criaria aproximações. Convidamos a todos os cidadãos a persistir na luta, que é pelo futuro da democracia”, disse, em nota, o Centro Democratico. “Estudaremos nos próximos dias um conjunto de ações de apelo à população nas ruas e nos cenários da democracia”.

A assinatura do novo acordo, que será realizada na quinta-feira em Bogotá, permitirá que o pacto seja referendado através do Congresso. Apesar das críticas da oposição, a base governista tem apoio suficiente para aprovar o acordo. Se implementado, cerca de 7 mil combatentes das Farc deverão entregar as armas e formar um partido político.

Uribe se opõe ao fato de que líderes máximos das Farc poderão ser eleitos para cargos públicos sem pagar pelos seus crimes. E também critica a existência de tribunais especiais para julgar os responsaveis por violações de direitos humanos no conflito.