Cotidiano

Operador de propina pede a Moro para cumprir pena sem tornozeleira eletrônica

64710921_Curitiba PR 03-02-2017 - O engenheiro Zwi Skornicki envolvido na Op.jpgSÃO PAULO – Um dos delatores da Lava-Jato, o operador Zwi Skornicki pediu ao juiz Sérgio Moro para cumprir pena em casa, sem tornozeleira eletrônica. Zwi foi condenado na operação Lava-Jato a 15 anos e 6 meses de cadeia pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele foi detido na 23ª fase, batizada de Acarajé e atualmente cumpre prisão domiciliar.

Em petição à Justiça Federal de Curitiba nesta terça-feira, a defesa de Zwi argumenta que o acordo de colaboração fechado junto ao Ministério Público Federal (MPF) não prevê monitoramento eletrônico para o cumprimento da sentença. Moro ainda não analisou o pedido da defesa. Contudo, na sentença o magistrado já havia afirmado que não importa que o uso da tornozeleira não tenha sido previsto no acordo, pois o juízo não está vinculado ao acerto e o monitoramento assegura o controle e “a seriedade” da restrição.

Zwi ficou preso entre fevereiro e agosto de 2016 e cumpriu prisão domiciliar com monitoramento até 12 de fevereiro. Desde então, cumpre recolhimento domiciliar apenas à noite e nos fins de semana por mais um ano, ainda com uso de tornozeleira.

Ele é réu na Lava Jato sob a acusação de intermediar propinas do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. Dentre as afirmações dadas no acordo com o MPF, confessou que pagou US$ 4,5 milhões a João Santana, como caixa 2 da campanha de Dilma.

Pelo acordo de delação, conforme o MPF, Zwi terá de devolver US$ 23,8 milhões mantidos em offshores e obtidos ilicitamente, além de mais de 50 obras de arte, algumas delas de artistas como Salvador Dalí e Romero Brito.