Política

Operação WO: marido de ex-vereadora e empresário são presos

As novas ordens judiciais foram executadas em São Miguel do Iguaçu e Medianeira

Operação WO: marido de ex-vereadora e empresário são presos

São Miguel do Iguaçu – A polícia cumpriu nessa segunda-feira (5) dois mandados de prisão e dois mandados de busca e apreensão, em desdobramento da Operação WO, deflagrada em novembro do ano passado. Foram presos André Fernandes – que é marido da ex-vereadora Flavia Dartora, que teve o mandato cassado no início deste ano, após a primeira denúncia decorrente da operação – e um empresário, que não teve o nome revelado.

As novas ordens judiciais foram executadas em São Miguel do Iguaçu e Medianeira. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa da ex-vereadora e de seu marido e na residência do outro indivíduo preso, apontado como laranja do grupo. A Justiça também proibiu Flavia de se aproximar de uma pedreira da cidade, usada pelo grupo empresarial denunciado. A fiscalização da medida será feita por tornozeleira eletrônica.

Denúncias

Na denúncia do MP, a então vereadora e seu marido são apontados como chefes de uma organização criminosa que utilizava três empresas em nomes de laranjas para celebrar contratos com a Secretaria Municipal de Obras, especialmente para o fornecimento de pedras. De 2012 a 2020, as empresas celebraram mais de 30 contratos com o Município, recebendo quase R$ 8 milhões. O MP apurou que as atividades das empresas têm relação com uma pedreira existente no Município, vinculada a laranjas do grupo criminoso, mas controlada de fato pelo casal.

As cinco empresas investigadas receberam da Prefeitura de São Miguel, nos últimos anos, perto de R$ 18 milhões em contratos administrativos.

Prefeito continua preso

O prefeito de São Miguel do Iguaçu, Claudio Dutra, acusado por suposto envolvimento em organização criminosa que desviou R$ 8,6 milhões de recursos públicos destinados ao transporte escolar, continua preso em Foz do Iguaçu. Mesmo preso, não houve pedido do afastamento dele do cargo na prefeitura.

Dentre os desvios detectados, estão cobrança de quilometragem não rodada, direcionamento de procedimentos de licitação, utilização de laranjas na constituição de empresas e pagamentos de propina para servidores públicos e agentes políticos.

A prisão se deu em investigação realizada pela Divisão Estadual de Combate à Corrupção da Polícia Civil na operação Rota Oculta, deflagrada em setembro de 2018. Nas duas fases anteriores da operação foram identificadas fraudes na cobrança de quilometragem não rodada, direcionamento de procedimentos de licitação, utilização de laranjas na constituição de empresas e pagamentos de propina para servidores públicos e agentes políticos.

As empresas investigadas participaram e venceram diversas licitações no ramo do transporte, sendo que, até o momento, foi constatado prejuízo de R$ 8.646.176,42 aos cofres públicos.