Policial

Operação Muralha quer fechar cerco a criminosos

Além da barreira na BR-277, outra será instalada hoje na PR-163 em direção a Guaíra

Operação Muralha quer fechar cerco a criminosos

São Miguel do Iguaçu – Deflagrada na manhã de ontem (13) na praça de pedágio de São Miguel do Iguaçu, a terceira fase da Operação Muralha vem com mais força e visa fechar quase todos os acessos usados por contrabandistas.

Além da barreira na BR-277, outra será instalada hoje na PR-163 em direção a Guaíra, e contará ainda com operações volantes por todo o Estado. “Essas ações acontecem em diversos pontos como estradas rurais, hotéis e galpões e são realizadas onde tem passagem mais intensa de contrabando e descaminho”, explica o delegado da Alfândega de Foz do Iguaçu, Paulo Bini.

Uma das novidades dessa nova fase é a entrada das forças do Mato Grosso do Sul. A decisão de juntar forças e estender a fiscalização é justamente para diminuir cada vez mais os crimes que acontecem entre a fronteira Brasil-Paraguai. “Apenas em 2018 foram apreendidas mais de R$ 1,1 bilhão de mercadorias. Agora, com a junção do Mato Grosso do Sul, nós esperamos que as apreensões sejam ainda maiores”, esclarece o superentende adjunto da Receita Federal, Onassis Simões.

Os órgãos notaram a necessidade de intensificar os trabalhos para barrar a entrada de produtos contrabandeados do Paraguai. “Quando você faz uma fiscalização mais rigorosa em um estado, os contrabandistas e os traficantes fogem para caminhos alternativos, então a diferença principal que estamos fazendo em relação aos últimos anos é integrar toda a fronteira com o Paraguai aqui, do lado brasileiro”, explica o subsecretário-geral da Receita Federal, João Paulo Fachada Martins da Silva.

Trabalhos iniciados

Em São Miguel do Iguaçu, os trabalhos tiveram início logo após a deflagração da operação, na manhã de ontem: “Mandamos um efetivo para acompanhamento e verificamos o contrabando em um carro”, conta o major Saulo de Tarson Sanson Silva, do BPFron. A apreensão foi de mercadorias não declaradas.

Ponto fixo

A implantação do novo ponto fixo no Paraná, principalmente para a inviabilizar a passagem dos contrabandistas e dos traficantes é diminuir a demanda de Guaíra, como explica o inspetor da Polícia Rodoviária Federal de Foz do Iguaçu, Luiz Antônio Gênova: “Em vez de o contrabandista vir para Foz, ele pega a rota alternativa de Guaíra. Com esse novo ponto fixo, o poder de fiscalização fica bem maior”.

Para encontrar as rotas alternativas utilizadas pelos contrabandistas, toda a fronteira foi mapeada. “Nossa intenção é reduzir o tráfico e trazer um risco a mais para os contrabanditas. Quanto maior a sensação de risco, melhores os resultados”, diz o subsecretário-geral da Receita.

Outros crimes

Os crimes transfronteiriços se estendem a crimes ambientais, como o tráfico de animais, área de atuação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do Exército Brasileiro.

Por isso, o Ibama atuará de maneira intercalada nas barreiras fixas e nos pontos de ação volante, já o Exército atuará interruptamente.

Pensando no transporte de passageiros e de cargas, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) atuará na operação visando aos itens de segurança e regularização documental para fazer o transporte.

Órgãos que integram a operação

A operação é coordenada pela Receita Federal em parceria com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército, Marinha, Aeronáutica, Ibama, ANTT, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), DER (Departamento de Estradas e Rodagem), Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Polícia Militar do Paraná, Polícia Civil e Diep – Departamento de Inteligência do Estado do Paraná), Justiça Estadual e Ministério Público Estadual de São Miguel do Iguaçu.

Estão envolvidos 500 servidores de todos os órgãos participantes e seis cães farejadores.

Última operação

Em 2018, a operação aconteceu durante 99 dias, com 37 prisões em flagrante, apreendidos 1.529kg de maconha, 3kg de cocaína, 5 armas, 538 mil maços de cigarro, 137.694 unidades de medicamentos e anabolizantes, 199 munições, além de R$ 31,1 milhões em mercadorias e 252 veículos.