Policial

Operação Freeway: Desmontado banco de compensações de doleiros

A quadrilha é especializada em lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e contabilidade paralela.

Foz do Iguaçu – A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram ontem a Operação Freeway para desarticular uma organização criminosa transnacional estabelecida em Foz do Iguaçu. A quadrilha é especializada em lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e contabilidade paralela.

Três dos quatro mandados de prisão preventiva expedidos foram cumpridos. A PF espera que o investigado não encontrado se apresente espontaneamente.

Além das prisões, 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e cinco tornozeleiras eletrônicas foram instaladas em investigados, todos em Foz do Iguaçu. Cerca de 60 policiais federais e dez servidores da Receita estiveram a campo para cumprir os mandados.

A Justiça determinou ainda o sequestro R$ 40 milhões em imóveis e valores dos investigados. Os indiciados responderão pelos crimes de organização criminosa transnacional, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e contabilidade paralela.

Investigação

A Operação Freeway é um desdobramento da Operação Confraria Cataratas, deflagrada pela PF e pela Receita em novembro de 2017, também em Foz.

A investigação apurou que, com frequência, três casas de câmbio da cidade compravam e vendiam moedas estrangeiras em desconformidade com as diretrizes do Banco Central.

A análise do material apreendido na operação indicou que os responsáveis pelos estabelecimentos investigados faziam parte de uma organização criminosa transnacional especializada na prática de delitos contra o sistema financeiro.

Segundo as investigações, entre 2011 e 2017 o grupo foi responsável pelo câmbio ilegal de centenas de milhões de dólares. Parte do dinheiro foi levada para o Paraguai, em especial para empresas que comercializam produtos eletrônicos, enquanto outra parcela teve como destino empresas de turismo de Foz controladas pela organização.

A quadrilha também operava como um “banco de compensações”, diz a PF. O grupo “casava os interesse de contrabandistas brasileiros em remeter dinheiro para o Paraguai com o de empresários estabelecidos no país que queriam enviar dinheiro para o Brasil”.

A operação foi batizada de freeway (autoestrada) especialmente em razão de a organização criminosa fazer uso constante de um sistema informatizado assim denominado para realizar o controle paralelo das suas operações ilegais de câmbio e de evasão de divisas.