Policial

Operação da PF aponta suborno para ex-presidente envolvendo porto no Paraná

Segundo a PF, o esquema teria ocorrido nos anos de 2014 e 2015

Curitiba – A PF (Polícia Federal) cumpriu ontem 12 mandados de busca e apreensão como parte de uma investigação sobre um suposto esquema para liberação de licença ambiental de instalação do Porto Pontal Paraná, estrutura privada planejada pelo Grupo JCR, do empresário João Carlos Ribeiro, para o litoral do Estado. Ribeiro é candidato a prefeito de Pontal do Paraná, nestas eleições, pelo PSC.

Segundo a PF, o esquema teria ocorrido nos anos de 2014 e 2015 por meio do pagamento de vantagens indevidas a um parlamentar “para fins de intervenção” no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O senador e ex-presidente da República Fernando Collor (Pros-AL) é um dos alvos da operação.

Batizada de Operação O Quinto Ato, a ação realizada nessa quarta-feira foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e ocorreu nas cidades de Curitiba, Pontal do Paraná, São Paulo e Gaspar (SC), envolvendo cerca de 50 policiais. Além do cumprimento de mandados em endereços vinculados aos investigados, também foi determinado o bloqueio de valores financeiros.

O nome da operação é uma referência ao rastreamento financeiro efetuado pela PF a partir do pagamento da quinta parcela de um jato executivo adquirido pelo senador alagoano.

A investigação é uma continuidade da Operação Politeia, deflagrada pela PF em 2015 e que levou à apreensão de bens de luxo pertencentes a Collor que teriam sido adquiridos com recursos obtidos de empresários interessados em sua atuação política em órgãos federais.

Em nota, a empresa Porto Pontal Paraná informou atuar “de forma regular” e estar “colaborando com as investigações policiais deflagradas nesta quarta-feira (21)”. “Assim que tiver acesso à integra do processo, a empresa prestará os devidos esclarecimentos à Justiça e à sociedade”.

Pelas redes sociais, Collor escreveu: “Fui surpreendido hoje com este ato inusitado. Fizeram busca e nada apreenderam, até porque não tinha o que ser apreendido. Vou tentar apurar a razão deste fato de que fui vítima. Nada tenho a temer. Minha consciência está tranquila.”