Cotidiano

OMC: Reino Unido terá que renegociar acordos comerciais caso deixe a UE

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SÃO PAULO e RIO – A possível saída do Reino Unido da União Europeia ? que será decidida em um referendo no próximo dia 26 ? pode trazer problemas comerciais ao país. Segundo o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, o país continua membro do grupo, no entanto, não faria mais parte da lista de compromissos da UE com os membros da organização. O governo deveria, nesta hipótese, negociar novamente os seus compromissos ? um cenário desfavorável aos britânicos, na opinião da autoridade.

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? Em mesa de negociação, ninguém sabe como termina. Pode ser que seja algo bem parecido com os compromissos da União Europeia. Mas eles já começam perdendo porque o outro lado não tem a obrigação de negociar (tarifas, cotas). Eles não têm equipe de negociadores. Era coletiva dos europeus ? avalia Azevêdo, que falou no Rio em palestra nesta quinta-feira a empresários convidados na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Em meio à incerteza dos efeitos de uma possível saída britânica do bloco, o diretor-geral ainda observa o vácuo no acordo de livre comércio entre o Reino Unido e os países que têm tratados do tipo com a União Europeia. Até que negociem um próprio acordo, ou o comércio entre eles fica parado ou vão ter que pagar e cobrar tarifas cheias para exportação e importação.

Azevêdo disse ser difícil mensurar o impacto no comércio mundial de uma eventual ?Brexit? (?Britain?, Grã Bretanha + ?exit?, saída) mais cedo, em São Paulo, em evento da Confederação Nacional da Indústria. Ele citou que esteve em Londres recentemente onde concedeu oito entrevistas que permearam este tema. Em todas elas, Azevêdo reiterou que ?ninguém sabe o impacto que isso terá?.

? Vai depender das negociações que a meu ver terão de acontecer com todos os membros da OMC e os que a União Europeia têm acordos de preferência tarifária ? afirmou. ? É muito difícil mensurar o impacto disso para o Reino Unido e para as outras economias parceiras do Reino Unido inclusive o Brasil.

(*Estagiária, sob supervisão de Lucas Moretzsohn)