RIO – A Organização Mundial do Comércio (OMC) deve decidir nesta segunda-feira que a fabricante de aeronaves americana Boeing recebeu subsídios ilegais do estado de Washington no projeto de seu mais recente jato de longa distância, segundo reportagem publicada neste domingo no ?The Wall Street Journal?.
A decisão é a mais recente de uma longa disputa entre Estados Unidos e União Europeia (UE) pelo apoio às empresas Boeing (americana) e Airbus (europeia). As duas companhias vêm se acusando há anos de conseguir vantagens comerciais a partir de subsídios ilegais de seus governos. Estariam em jogo bilhões de dólares em incentivos. O primeiro processo na OMC é de 2004, quando os Estados Unidos denunciaram subsídios ilegais à Airbus.
A reportagem do ?Wall Street Journal?, que cita fontes próximas ao tema, afirma que a OMC decidirá que as isenções fiscais oferecidas pelo estado de Washington para o desenvolvimento do novo jato 777X constituem um subsídio proibido e que terão de ser retirados.
O modelo já recebeu mais de 300 encomendas de companhias aéreas de todo o mundo, como Emirates Airline e Lufthansa.
Segundo a União Europeia, os subsídios neste projeto passaram de US$ 8 bilhões. Representantes dos Estados Unidos, no entanto, argumentam que esses valores estão inflados, de acordo com o jornal americano. De acordo com a reportagem, a expectativa é que a OMC não estipule o valor total em subsídios ilegais.
A vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana coloca em evidência a questão do protecionismo e o papel que será desempenhado pela OMC neste novo cenário global.
