Cotidiano

OLP ameaça não reconhecer Israel se Trump levar embaixada a Jerusalém

20150615-175304.jpgJERUSALÉM – A Organização pela Libertação da Palestina (OLP) advertiu que poderá revogar um dos pilares dos históricos acordos de Oslo, o reconhecimento de Israel, caso o governo americano leve sua embaixada para Jerusalém. A intenção do presidente eleito, Donald Trump, já levou a alertas de especialistas de que poderia levar a novos conflitos na região, já que mover a embaixada atualmente em Tel Aviv é um gesto que significaria o fim do reconhecimento dos EUA ao direito do também pertencimento palestino à capital. israel

? Uma das medidas que estamos considerando seriamente é a sobre o reconhecimento mútuo ? disse o alto negociador palestino Mohammed Shtayyeh.

A OLP, que por anos foi a única instituição oficial reconhecida da causa palestina, pediu que fossem feitos protestos em mesquitas e igrejas pelo mundo para criticar a possível ação de Trump.

O atual governo americano afirma que levar a embaixada a Jerusalém levaria a uma “explosão de violência” na região, já que reconheceria Jerusalém como capital única e não dividida de Israel. Há décadas, a cidade é dividida entre israelenses e palestinos, com a parte árabe (Oriental) sob ocupação militar. Uma divisão da cidade é vista por autoridades como única solução de garantir um acordo a favor de dois Estados.

Na semana passada, senadores republicanos enviaram um projeto de lei para análise na Casa, cobrando a mudança da embaixada. O escolhido de Trump para chefiar a missão americana em Israel, David Friedman, é um firme apoiador da proposta, e a imprensa afirma que Trump poderia anunciar a medida dentro das próximas semanas.

“Levar a embaixada provavelmente levará a um impacto desastroso no processo de paz, na solução de dos Estados, na estabilidade e na segurança de toda a região, já que a decisão de Israel de anexar Jerusalém Oriental contradiz a lei internacional”, escreveu o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em uma carta a Trump.

Os Acordos de Oslo, assinados entre as lideranças israelenses e palestinas da época, Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, foram acordados sob a bênção do governo americano de Bill Clinton, em 1993.