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Olimpíada de Tóquio enfrentará falta de espaço, diz diretor de logística

futebol_07.jpgRIO – Misturados ao público geral, um grupo de cerca de 20 observadores japoneses da organização da Olimpíada de Tóquio-2020 transitou quase anônimo pelo Rio durante a primeira semana dos Jogos. Pegaram trem, BRT, VLT, foram à cerimônia de abertura, aeroportos, viram competições, zanzaram pela Vila dos Atletas, conversaram com voluntários e funcionários em geral. Na Linha 4 do metrô, a caminho do Parque Olímpico, onde assistiriam a competições de judô, a turma trombou com O GLOBO e conversou sobre suas impressões até então. Integrante da comitiva, o diretor de logística de Tóquio-2020, Motoki Tanaka, antecipou que uma das lições que vão levar para os próximos Jogos é a de reforçar a segurança dos atletas na Vila Olímpica, melhorando principalmente o sistema de trancas de objetos pessoais, e aprimorar a logística de transporte: em Tóquio, ninguém vai levar mais de meia hora até uma instalação olímpica. Tóquio-2020 – 20/08

O que vocês aprenderam aqui que pode ser usado em Tóquio?

O meu grupo estava focado em observações específicas de logística de transporte, desde detalhes como o sistema de transporte de bagagens dos atletas nos seus deslocamentos, especialmente dos aeroportos para a Vila dos Atletas; da vila para cada apartamento; e de cada apartamento para as instalações olímpicas, e por aí vai. São projetos logísticos enormes e muito detalhados, e nunca experimentamos nada similar em Tóquio. Portanto, cada detalhe é uma excelente oportunidade de aprendizado.

Quais erros cometidos na Rio 2016 vocês pretendem corrigir em Tóquio?

Não diria erros, mas o que nós pensamos que devemos dar consideração mais cuidadosa na Tóquio-2020 é a segurança dos apartamentos dos atletas. Para aumentar a segurança, é preciso oferecer um espaço maior para os atletas, e assegurar um espaço maior e adequado em Tóquio será uma questão. No caso de ser impossível garantir este espaço maior, teremos que pensar em espalhar os atletas e criar um espaço estratégico para assegurar seus pertences. Não pretendemos usar a mesma estratégia de segurança do Rio em Tóquio. Mas é observando que tipos de coisas estão acontecendo agora que vamos tentar estabelecer lugares mais estratégicos em Tóquio.

Diferentemente do Rio, Tóquio não tem tanto espaço e certamente não terá muitos deslocamentos entre as instalações. Neste sentido, é uma vantagem ou uma desvantagem ser uma capital menor?

Em termos de logística, o fato de as instalações serem próximas é muito melhor. Mas justamente por ser tão diferente a condição de deslocamento do Rio e de Tóquio, teremos de refazer toda a logística aplicada aqui, um trabalho que começa imediatamente quando voltarmos ao Japão.

Como será a Vila dos Atletas em Tóquio?

Será numa região muito central entre duas principais zonas: a região histórica e a região mais próxima à baía, que representam respectivamente a história e o futuro dos nossos Jogos. Todos estarão a menos de 30 minutos de distância de cada instalação.

O que vocês acharam da cerimônia de abertura?

Eu não vi no estádio, mas no entorno. Eu senti que a cidade inteira estava inundada por uma sensação dividida: tanto de exaltação quanto de tensão, tanto nos dias anteriores quanto no dia da abertura.

Dos jogos que você viu, do que gostou mais?

Nas competições de judô, fiquei mexido com a vibração dos brasileiros torcendo para atletas de outros países, e de ver como isso afeta a resposta dos atletas.

A informalidade dos brasileiros espantou a comitiva japonesa?

Eu usei muito transporte público e achei os voluntários e pessoas em geral muito hospitaleiras. Achei o serviço todo muito cuidadosos com estrangeiros, brasileiros fazem questão de explicar tudo mesmo não entendendo a língua, eles fazem o possível para se fazer entender, mesmo usando muitos gestos.