Cotidiano

OIM: Em três dias, 340 imigrantes morreram ou desapareceram no Mediterrânero

RIO ? Em menos de 72 horas, cerca de 340 imigrantes morreram ou estão desaparecidos após terem sofrido naufrágios no Mediterrâneo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Neste ano, o número de vítimas fatais destas jornadas perigosas já supera o índice do ano passado. As mortes já passam de 4 mil, enquanto em 2015 o total registrado foi de 3.771.

Nesta quinta-feira, quase cem imigrantes estão desaparecidos e sete morreram depois que um bote improvisado naufragou perto da costa líbia, anunciou a organização Médicos Sem Fronteiras, que resgatou 27 pessoas. Os sobreviventes relatam que havia cerca de 130 pessoas a bordo, em mais um episódio de superlotamento de embarcações precárias e clandestinas que atravessam o Mediterrâneo.

“São os únicos sobreviventes. Esta tragédia é insuportável”, escreveu a MSF no Twitter, acrescentando ter recuperado os corpos de sete vítimas.

Atualmente os traficantes de pessoas estão realizando embarques de milhares em botes infláveis precários que partem da Líbia para a Itália, talvez para diminuir seus próprios riscos de serem pegos, mas também complicando o trabalho das equipes de resgate.

“Este é de longe o pior (cenário) que já vimos no Mediterrâneo”, disse William Spindler, porta-voz do Acnur, em um boletim à imprensa no mês passado. “Pode-se dizer que o índice de mortalidade aumentou três vezes”.

Desde que a União Europeia e a Turquia assinaram um acordo em março para fechar as rotas para a Grécia, o trajeto da Líbia para a Itália pelo Mediterrâneo central se tornou o caminho principal dos imigrantes. Um de cada 47 imigrantes ou refugiados que tenta a jornada nessa rota acaba morrendo, disse Spindler.