Cotidiano

Oi quer votar nova proposta a credores no segundo trimestre, diz presidente

BRASÍLIA – A Oi espera apresentar em março uma nova proposta de acordo entre seus credores e acionistas que envolverá, entre outros mecanismos, desconto na dívida e troca de dívida por ações, disse nesta terça-feria o presidente da empresa, Marco Schroeder. A expectativa é que o acordo seja votado já no segundo trimestre, disse o executivo, que falou a jornalistas após participar de evento em Brasília.

Schroeder afirmou que, neste primeiro momento, a prioridade da empresa é chegar a um acordo entre credores e acionistas para, em um segundo momento, “no segundo semestre”, falar com investidores externos interessados em aportar dinheiro na companhia.

Falando sobre o que deve ser apresentado em março, o executivo disse que, para os detentores de bônus, por exemplo, que têm a receber cerca de R$ 32 bilhões, a proposta prevê um desconto de cerca de 70% e o valor restante, cerca de R$ 10 bilhões, seria pago parte com dívida nova e parte em ações.

No caso dos bancos, a dívida de cerca de R$ 15 bilhões deve ser alongada para um prazo de até 17 anos, “com juros aquém dos de mercado”.

Falando sobre o projeto de lei que muda o regime do setor de telefonia fixa e permite o repasse às empresas de bens associados às concessões, Schroeder reiterou que a Oi “não precisa do projeto para sua recuperação judicial”.

Durante seminário do setor de telecomunicaçaões em Brasília, o executivo questionaram o valor de cerca de R$ 100 bilhões atribuído a esses bens, que a lei prevê que sejam repassados às empresas em troca de investimentos em banda larga.

O valor foi calculado em 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas segundo as empresas não levaria em conta a depreciação dos ativos.

O presidente da Telefônica do Brasil, Eduardo Navarro, disse que, na sua avaliação, o valor global dos bens de todas as operadoras deve ficar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, “já levando em conta o cálculo dos imóveis a valor de mercado”.

TIM

A Tim Participações, que não tem concessão de telefonia fixa, tem uma posição diferente das outras operadoras sobre a questão da incorporação dos bens reversíveis e os investimento a serem feitos em montante equivalente a esses ativos.

O vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Tim Brasil, Mario Girasole, disse que a conversão do valor dos bens reversíveis em investimentos pode gerar vantagens competitivas em relação aos concorrentes e por isso defende que a infraestrutura que vier a ser construída com esse dinheiro possa ser compartilhada.

? Não compartilha de graça, compartilha segundo os princípios regulatórios ? disse.