Cotidiano

Ocidente acusa Rússia de ajudar a promover barbárie na Síria

RIO ? A Rússia está ajudando a promover a barbárie na Síria. É o que afirmaram os representantes de EUA, França e Reino Unido durante reunião do Conselho de Segurança da ONU neste domingo para discutir o conflito no país do Oriente Médio, numa indicação de que será praticamente impossível retomar as negociações de paz entre os rebeldes apoiados pelos americanos e o governo do presidente Bashar Al Assad, apoiado por Moscou.

Segundo Samantha Power, embaixadora dos EUA na ONU, as ações russas na Síria são ?barbarismo e não contraterrorismo?. Já o representante britânico lamentou que as tentativas de acordo estão ?muito, muito perto do fim de sua vida? e exortou o Conselho de Segurança a cumprir suas responsabilidades com relação à Síria.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Marc Ayrault, disse que Rússia e Irã serão cúmplices de crimes de guerra se continuarem a prolongar o conflito. Descrevendo os dois países como os principais apoiadores de Assad, Ayrault afirmou que ?eles devem assumir sua responsabilidade interrompendo esta estratégia que só leva a um beco sem saída?.

– De outro modo, Rússia e Irã serão cúmplices dos crimes de guerra que estão sendo cometidos em Aleppo ? acrescentou o ministro francês.

Enquanto isso, Aleppo segue mergulhada no horror após nova noite de intensos bombardeios por aviões do regime sírio e russos. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a chuva de bombas dos últimos três dias já deixou mais de cem mortos na cidade, entre eles muitas mulheres e crianças presas nos escombros de prédios destruídos.

– Os bombardeios não pararam durante a noite toda ? relatou Ahmad Hajjar, morador de 62 anos do bairro rebelde de Al Kallassé.

Hajjar contou que sua rua está cheia de bombas de fragmentação que não explodiram.

– Um vizinho foi morto por uma delas. Eu o vi tropeçar nela, ela explodiu e arrancou suas pernas e braços. Foi uma cena horrível – recordou.

As 250 mil pessoas que moram nos bairros controlados pelos rebeldes, no Leste de Aleppo, não recebem ajuda externa há quase dois meses e não têm acesso à água corrente desde sábado por causa dos bombardeios, informou ontem o Unicef. Ainda neste sábado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou estar consternado com a assustadora escalada militar em Aleppo.

– A aparente utilização sistemática de armas incendiárias e bombas particularmente potentes em zonas habitadas pode constituir um crime de guerra ? considerou.