Cotidiano

OCDE diz que bancos centrais estão perto do limite para estímulos

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HANGZHOU (China) – Os bancos centrais mundiais estão ?muito perto? dos limites de sua capacidade para estimular as economias, alertou neste sábado o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurria. Em uma entrevista antes do início da cúpula do G-20 (20 maiores economias mundiais) na China, Gurria afirmou que, na falta de políticas inovadoras, o crescimento global deve se manter fraco.

? Deixamos para nossos bons bancos centrais todo o trabalho pesado. Temos que ter um revezamento. Uma política monetária acomodatícia (com baixa taxa de juros) contínua e então vai para a próxima pessoa, como num revezamento de 4 por 100 metros ? disse Gurria, fazendo uma analogia com o esporte.

Segundo ele, é preciso agora levar a questão a ministros de finanças, de economia, de comércio, de tecnologia, de ciência, de educação e de concorrência, entre outros.

? Agora é a grande hora de uma mudança estrutural.

Repercutindo afirmações feitas por autoridades chinesas na sexta-feira, Gurria ressaltou a importância de uma combinação de políticas monetária e fiscal e de políticas de ajustes estruturais para garantir a reação do crescimento econômico global, inclusive da China.

Apesar disso, se mostrou otimista com o cenário para o crescimento chinês, apesar do progresso irregular do país para lidar com a baixa eficiência e o excesso de capacidade em setores estatais fundamentais para a economia. Sua avaliação é de que a China deve continuar a crescer entre 6,5% e 7% no atual plano quinquenal (que vai até 2020) sem grandes mudanças na estrutura da economia.

POLÍTICAS TRIBUTÁRIAS MUNDIAIS

Já o diretor do Centro de Política Tributária e Administração da OCDE, Pascal Saint-Amans, fez comentários sobre a decisão da Comissão Europeia desta semana de obrigar a gigante da tecnologia Apple a pagar ? 13 bilhões em impostos.

? Você acaba tendo centenas de bilhões em lucro no meio do Atlântico. Este tipo de planejamento tributário agressivo é ultrajante e é precisamente por causa deste tipo de planejamento que lançamos uma iniciativa para conter isso ? disse.

Apesar disso, Saint-Amans, uma força importante no esforço da OCDE para racionalizar as políticas tributárias internacionais, afirmou que o caso da Apple não deve servir como servir como precedente para o tratamento tributário no futuro.