Cotidiano

Obras que já deveriam estar prontas ainda precisam de quase R$ 500 mi

Trechos em duplicação da BR-163 devem parar no meio do caminho; Dnit espera concluir em 2019

Marechal Cândido Rondon – As duas grandes obras de infraestrutura em andamento na região, uma que já deveria ter sido concluída e a outra caminhando para a conclusão, ainda estão longe da finalização e isso não deverá ocorrer por enquanto.

Sem previsão de mais verbas no orçamento da União, juntas elas precisariam de quase R$ 500 milhões para serem finalizadas, só que não há expectativa nem mesmo de emendas parlamentares impositivas para este ano. Assim, os trechos de duplicação da BR-163 entre Toledo e Marechal Cândido Rondon e de Cascavel a Marmelândia dependerão de aportes volumosos para o ano que vem para terem continuidade e, quem sabe, chegarem ao fim em 2019, conforme prevê o governo.

Ocorre que neste ano os dois trechos receberam pouco mais de R$ 100 milhões. Apesar de questionada sobre a liberação de mais verbas nos próximos meses e da possibilidade de os serviços serem paralisados assim que esse valor chegue ao fim, a Superintendência do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Paraná não esclareceu os pontos, mas, numa reunião em março com líderes políticos, a informação dada pela superintendência é de que, assim que esses recursos cessem, o que deve estar muito perto de acontecer, os serviços deverão ser interrompidos nos dois trechos.

Valores

De acordo com o Dnit, sobre o trecho de 38,9 que liga os municípios de Toledo e de Marechal Rondon, o valor total da licitação para a duplicação foi de R$ 306,5 milhões. As obras ali comearam em 29 de setembro de 2014 e a conclusão deveria ter ocorrido ainda no ano retrasado, mas, quase quatro anos depois do início, apenas 24% dos trabalhos foram concluídos e o término previsto no cronograma do Dnit é de 2019, sem precisão de mês. Ocorre que o percurso ali necessitaria de pelo menos mais R$ 200 milhões para ser concluído.

A empresa que executa os serviços é o Consórcio Técnica Viária – Castilho – Urbaniza Serviços. A expectativa do Dnit é entregar até o fim de 2018 os primeiros 15 quilômetros, abrindo-os para o tráfego.

Em andamento Toledo a Marechal

Neste momento, os serviços de duplicação do trecho entre Toledo e Marechal Cândido Rondon são realizados com os R$ 49,5 milhões liberados no início do ano e estão concentrados na passagem em desnível de viadutos no entroncamento da BR-163 com a Avenida Barão Rio Branco, em Toledo, onde serão construídos dois viadutos que elevarão a rodovia, ficando o tráfego local na parte de baixo com uma rotatória.

O trecho conta ainda com obras em passagem em desnível com trincheiras no entroncamento da BR-163 com a Avenida Ministro Cirne Lima, em Toledo, onde a rodovia será rebaixada, passando por baixo da rotatória onde ficará o tráfego local.

Outra passagem em desnível em construção se refere ao viaduto no acesso principal ao Distrito de Vila Ipiranga, próximo a Toledo, no KM 166 da BR-163. Ali os serviços estão voltados à terraplenagem.

Cascavel a Marmelândia

Já quanto ao trecho que liga Cascavel a Marmelândia, em uma extensão de 74 quilômetros, o valor total da licitação é de R$ 579 milhões. As obras começaram em 15 de outubro de 2015 e a previsão inicial de término era outubro deste ano. Agora, a conclusão está prevista para o próximo ano, sem definição de mês, mas para que os trabalhos cheguem ao fim seriam necessários quase R$ 300 milhões.

A empresa contratada é o consórcio Sanches Tripoloni – Maia Melo e o Dnit afirma que 50% dos serviços foram executados no trecho.

Neste momento, os trabalhos estão concentrados na edificação da nova ponte sobre o Rio Iguaçu com a construção da mesoestrutura (pilares e dolfins de proteção dos pilares), no viaduto em Lindoeste, na entrada da cidade (sentido Marmelândia) no local que marca o ponto de separação da nova pista contornando a cidade, trabalhos iniciais da passagem inferior (trincheira) em Capitão Leônidas Marques, no entroncamento da BR-163 com a cidade, e finalização de terraplenagem de mais dois quilômetros de pista.

Em outubro do ano passado, 20 quilômetros duplicados foram liberados para tráfego. O ato contou com a presença do então ministro dos Transportes, Maurício Quintella, que, em entrevista exclusiva ao Jornal O Paraná, afirmou que “a obra não iria parar nem faltariam recursos para ela”.

Ocorre que o último aporte ali foi realizado no início deste ano no valor próximo a R$ 70 milhões, só que parte desse valor foi para reembolsar o consórcio que executa os serviços, tendo em vista que o grupo havia aplicado dinheiro próprio para manter as frentes de trabalho ano passado.

As verbas restantes, cerca de metade do valor empenhado, são destinadas prioritariamente para a construção da ponte que precisa ser finalizada até outubro, quando o nível do rio deve subir com as obras da Usina do Baixo Iguaçu, o que dificultaria e encareceria ainda mais o serviço.