Cotidiano

Obras do PDI dividem opiniões de candidatos

A maioria usou o tom crítico e admitiu rever vários pontos do projeto original e até mesmo interrompê-lo

Cascavel – O empréstimo milionário feito pela Prefeitura de Cascavel junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para executar as obras do PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado) é tema de amplo debate na campanha eleitoral. Com exceção de Aderbal Mello (PT), os candidatos à sucessão de Edgar Bueno responderam a questionamento de O Paraná sobre o assunto. A maioria usou o tom crítico e admitiu rever vários pontos do projeto original e até mesmo interrompê-lo.

Professor Ivanildo (Psol)

“O Psol e o PCB propõem a auditoria da dívida pública de Cascavel antes de qualquer discussão sobre empréstimos e investimentos. Além disso, nossa coligação defende a democracia direta, ou seja, o dinheiro é público e o povo deve decidir quais os investimentos prioritários. Infelizmente, vivemos uma democracia de aparências, onde a participação popular acontece apenas no dia da votação. O governo municipal não consultou a população no que diz respeito aos investimentos do PDI. Por meio consultas públicas, a população decidirá sobre os investimentos a serem realizados”.

Leonaldo Paranhos (PSC)

“O contrato está feito, precisa ser mantido, mas é preciso fazer correções e adaptações. Não era prioridade numa cidade onde os moradores não são atendidos em direitos básicos, como saúde e segurança, por exemplo. Poderia esperar. Há coisas mais importantes. Em relação a possíveis mudanças, primeiro é preciso estudar o projeto e suas fases. E após um estudo técnico apurado ver o que pode ser mudado, sempre tendo como foco os benefícios à população. Mas está mais do que claro que a obra foi mal planejada, basta verificar o transtorno causado à cidade e os prejuízos aos comerciantes”.

Helio Laurindo (PP)

“O meu posicionamento a respeito do PDI é muito claro. O que já foi iniciado será concluído, mas, se eleito, eu não darei continuidade ao plano. O restante dos recursos será utilizado para melhorar as estradas rurais, o braço forte da nossa economia. Os produtores, que são responsáveis por alavancar os números do nosso PIB e movimentar o comércio e a indústria, merecem uma atenção maior do administrador. As crianças passam por perigos ou até perdem aulas em função dessa precariedade. O trabalhador rural também tem direito de ir e vir. O plano de governo prevê readequar os mais de 2.500 km de estradas rurais que hoje enfrentam problemas. Mais que isso: vou garantir a manutenção permanente dos locais, com a compra de dez escavadeiras hidráulicas e três patrulhas rurais”.

Marcos Vinícius Pires de Souza (PSB)

“Nós pretendemos manter o PDI e fazer com que o programa seja plenamente atendido, com a implantação de cinco parques lineares e de todos os serviços ainda a serem implantados para o atendimento a população de Cascavel. Vamos atender a todas as ciclovias e ciclofaixas interligando os bairros entre si e com o centro. Vamos priorizar o transporte coletivo público para que possamos efetivamente oferecer um pleno atendimento ao nosso trabalhador. O PDI é um programa que moderniza a cidade de Cascavel e vai ao encontro de suas maiores aspirações”.

Marcio Pacheco (PPL)

“É uma obra que foi contratada por uma decisão unilateral, sem dialogar com a população. A sociedade organizada não teve a oportunidade de opinar sobre os reflexos que essa obra teria do ponto de vista da sua execução, da sua prioridade e da sua pertinência em relação ao empréstimo. Uma gestão séria tem que ser feita sempre levando em consideração as maiores prioridades que o município apresenta. Numa gestão responsável, investimentos vultosos têm que ser avaliados com a sociedade organizada e devem, sempre que possível, ser precedidos de capacidade de investimento, dinheiro em caixa, e não de grandes empréstimos que serão pagos pelas futuras gerações. Mas nossa gestão será responsável, e dará continuidade às obras já iniciadas. Porém, o que for possível ser revisto será avaliado por uma equipe técnica”.

Walter Parcianello (PMDB)

“Sou crítico em casos pontuais. Da forma como o empreendimento foi colocado, gerou no início de suas ações muitos questionamentos, visto que o projeto não estava acabado e a todo momento que surgia uma crítica ele era alterado, gerando custos desnecessários ao poder público. Vejo que o modelo imposto de transporte público retorna a uma condição já apresentada há quase duas décadas em Cascavel que não foi eficiente. Poderíamos ter potencializado essa obra integrando inicialmente os bairros, as vias de acesso para facilitar o fluxo tanto para os moradores quanto para os estudantes que ficaram desatendidos, já que o programa não integra as universidades nem mesmo as unidades de saúde. O que vamos fazer é estabelecer prioridade das ações, podendo invertê-las ou até mesmo revê-las”.