Política

Obra ficará para próximo governador

Cascavel – Frustrando as expectativas de moradores das cidades de Cafelândia, Nova Aurora e Tupãssi, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informou por meio de nota oficial que as obras de pavimentação de três subtrechos na PR-574 e PR-575, totalizando 21 quilômetros, ficarão para o próximo governador paranaense. No início da segunda gestão, Beto Richa (PSDB), ex-governador e pré-candidato ao Senado, havia firmado compromisso de executar o serviço.

A resposta oficial do órgão só veio após reportagem do Jornal O Paraná comparando os preços pagos pelo projeto: o custo máximo apenas do projeto da implantação da rodovia entre Cafelândia e Tupãssi é de R$ 72,4 mil, conforme o edital para seleção de empresa interessada no certame que está em andamento pela Superintendência Oeste do DER. O montante previsto para estudos e análises do trecho que engloba um desvio no Distrito de Palmitópolis, em Nova Aurora, é de R$ 1,5 milhão. “O projeto é o primeiro passo, possibilitando ao Estado conhecimento do valor para planejamento financeiro que permita realização da obra na sequência do projeto. A carteira de projetos em licitação e ainda a serem licitados pelo DER-PR dará ao próximo governador possibilidade de realização de obras já no início do seu mandato, o que demonstra que o atual governo trabalha com planejamento de Estado, pensando sempre o melhor para o futuro”, diz a nota.

Valores

Em resposta ao Jornal O Paraná, o DER justifica os preços praticados: o trecho compreende estudos e projetos de três pontes, quatro interseções, além de “artes especiais e novas interseções (estrutura de concreto armado, fundação e dispositivos de segurança), há uma elevação do valor do quilômetro de projeto, pois além do valor do projeto estrutural dessas obras, é necessário considerar áreas mais abrangentes de levantamento topográfico, sondagens geotécnicas especiais e ensaios de campo, estudos geológicos e hidrológicos próprios nos casos das pontes, e definições geométricas, estudos de tráfego e análise de capacidade de tráfego individualmente nas interseções”.

A justificativa se deu porque os valores praticados pelo DER representam quase o dobro dos praticados pelo Dnit, órgão responsável pelas rodovias federais.

Estão previstos no edital do DER: estudos hidrológicos para verificação do funcionamento hidráulico; ambientais, inclusive Plano de Controle Ambiental e inventário florestal. “Por possuir vários dispositivos dispendiosos ao longo dos 21 quilômetros acaba-se por elevar o valor do quilômetro de projeto, o que não pode ser analisado numa comparação simples, pois para cada caso deverá existir uma análise das características envolvidas no projeto”, cita a nota.

O DER diz ainda que os projetos custam de 2% a 5% do valor da obra. “Projetos bem estudados e de qualidade tendem a resultar em licitações de obras mais precisas e com menor incidência de aditivos, atraindo melhores construtoras e resultando de obras de qualidade, garantindo economicidade ao contribuinte e, na fase de operação, maior conforto e segurança ao usuário”.