Cotidiano

Obama não prevê mudanças dos EUA em relação à América Latina

Em seu último compromisso internacional, o presidente dos Estados Unidos Barack Obama disse, em Lima, no sábado, em uma reunião com jovens líderes na cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec), que não espera que seu sucessor, o republicano Donald Trump, fará grandes mudanças na política de Washington em relação à América Latina. Obama também pediu paciência com o novo presidente, cuja eleição surpreendente, no último dia 8, trouxe apreensão no mundo.

? Respeito a América Latina, não antecipo grandes mudanças na política da nova administração ? disse Obama.

A forma como ?faz campanha nem sempre é igual a que se governa?, disse Obama. Com China e Rússia considerados com os principais beneficiados com a chegada de Trump à Casa Branca, Obama admitiu que há dúvidas sobre o futuro da democracia, que predominou desde o fim da Guerra Fria.

? Depois de uma década em que vimos mais e mais países adotarem práticas democráticas, estamos vendo uma reversão de algumas dessas realizações ? disse Obama.

O presidente também indicou que os governos que sufocam a oposição não respeitam o estado de direito ou a independência dos juízes, estão destinados a cair.

? Com o tempo, esses governos caem e suas economias caem ? afirmou, acrescentando que ?a democracia pode ser frustrante?.

Em seu encontro com jovens em Lima, Obama recebeu muitas perguntas sobre Trump, cujas promessas eleitorais ameaçam compromissos comerciais, de defesa e de segurança assumidos pelos Estados Unidos.

? Os Estados Unidos é um país tão grande que depois de cada eleição há incerteza entre as pessoas ? disse Obama. ? Será muito importante que as pessoas de todo o mundo não façam juízos imediatos.